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Coronavírus: alarmados, cientistas da UFRJ pedem veto a praias e eventos

Em nota técnica, grupo de combate à pandemia alerta para a explosão de casos na cidade e sugere uma série de medidas urgentes; lockdown não é descartado

Por Cleo Guimarães
1 dez 2020, 12h49

Alarmados com a o aumento acelerado de casos de Covid-19 no Brasil, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) elaboraram uma nota técnica, a qual VEJA RIO teve acesso, em que pedem que seja tomada uma série de medidas em todo o país, no estado, e especificamente na capital, para evitar o colapso total do sistema de saúde. “Estamos diante um quadro muito preocupante no município do Rio”, afirma trecho da nota emitida pela equipe coordenada pelo infectologista Roberto Medronho.

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Os especialistas citam números e dados que ilustram a situação de quase calamidade: “A média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (UTI adulto) dedicados à Covid na Região Metropolitana I está em 93,5%. Já a média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos de suporte à vida da Rede SUS no município está em 102,1%. Ou seja, não há vagas para internação.” De acordo com a nota, “o risco de ocorrerem óbitos sem que o paciente seja internado é elevadíssimo”. O texto alerta para a evolução, em curto período, “para o colapso da rede de assistência aos pacientes, especialmente os mais graves”.

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O termo “urgente” é usado pelos cientistas ao pedir ações para o enfrentamento deste novo aumento de casos de Covid-19. “Assistimos ao aumento acelerado de casos sem ter ocorrido o término da primeira onda. Os dados sugerem uma nova onda sobrepondo-se à primeira. Isso torna o problema mais grave e complexo.”

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O grupo de trabalho aponta uma sequência de erros nas medidas de prevenção e critica a postura de algumas autoridades. “Muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. O processo eleitoral, fundamental à democracia, também gerou aglomerações”, afirma o texto.

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“As declarações públicas de autoridades governamentais afirmando que não retrocederão nas medidas de flexibilização ampliam a gravidade da situação. Destaca-se que tais medidas não foram acompanhadas de ações visando oferecer transporte público adequado a fim de evitar a sobrecarga, o que torna esse meio de mobilidade um provável foco de disseminação do vírus.”

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Os cientistas da UFRJ elaboraram uma lista em que sugerem a adoção de 12 medidas:

1. Abertura imediata de leitos hospitalares, incluindo os de UTI;
2. Contratação emergencial de profissionais de saúde para atuarem nesses leitos:
3. Aquisição emergencial de equipamentos e insumos necessários para a assistência aos pacientes;
4. Realização de ampla testagem por RT-PCR em todos os casos suspeitos, com rastreamento de seus contatos;.
5. Isolamento dos casos e contatos com RT-PCR positivo;
6. Reforço nas campanhas de esclarecimento sobre as medidas preventivas;
7. Ampliação da oferta de transporte público a fim de evitar aglomeração;
8. Suspensão imediata de eventos presenciais, sejam sociais, esportivos ou culturais;
9. Fechamento das praias;
10. Limitação e escalonamento do horário de funcionamento de estabelecimentos que permanecerem abertos;
11. Rigorosa fiscalização dos estabelecimentos abertos;
12. Avaliação da decretação de lockdown caso o cenário epidemiológico da doença se mantenha ou se agrave.

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