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Conservação da Mata Atlântica faz animais silvestres voltarem à cena

Investimentos do governo do Rio na restauração da vegetação e saneamento impulsionam o ressurgimento de espécies em extinção no estado

Por Da Redação
9 ago 2023, 13h51

O investimento estadual na restauração da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com reflorestamento de áreas degradadas e a criação de corredores ecológicos, têm proporcionado um ambiente propício para a recolonização dos animais no território fluminense. Espécies como a onça-parda e o gato-do-mato, que corriam risco de desaparecer, têm sido avistadas cada vez mais em todo o estado, que tem 39 unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e 70 câmeras distribuídas nesses lugares. A região do Parque dos Três Picos, no complexo do Pico da Caledônia, em Nova Friburgo, é um dos principais exemplos dos efeitos positivos dessas medidas. As armadilhas fotográficas instaladas no parque revelaram a presença dessas espécies ameaçadas, evidências de que a conservação ambiental está alcançando resultados.

Armadilha fotográfica
Armadilha fotográfica: artifício permite monitoramento da fauna no estado. (Rafael Campos/Governo do estado do Rio de Janeiro/Divulgação)

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“As ações de monitoramento estão trazendo grandes resultados para o Parque Estadual dos Três Picos, uma vez que estamos presentes em cinco municípios: Cachoeiras de Macacu, Teresópolis, Nova Friburgo, Silva Jardim e Guapimirim. A gestão trabalha com dados, e isso tem mostrado que o índice de biodiversidade tem aumentado”, ressalta Alexandre Donato de Sá, gestor do Parque dos Três Picos.

Monitoramento: Juran Santos manuseia armadilha fotográfica.
Monitoramento: Juran Santos manuseia armadilha fotográfica. (Rafael Campos/Governo do estado do Rio de Janeiro/Divulgação)

Fruto de uma parceria entre o Inea e o Projeto Aventura Animal, o monitoramento da fauna, por meio de câmeras fotográficas, tem o objetivo de estudar o comportamento de espécies que habitam essa unidade de conservação.  Ali foram avistados e fotografados animais como onça-parda, que é o topo da cadeia alimentar; catetos, animais que acabam sendo alimento da onça; gato-maracajá, gato-mourisco; e gato-do-mato pequeno, que encabeça a lista de ameaçados de extinção. “Há dois meses, registramos a mãe e seu filhote passando aqui. Então, está tendo continuidade das espécies, que é a parte mais importante desses registros. Quando a gente consegue entender que o local da mata está sendo avistado por várias espécies, é sinal de que essa mata também está sob controle“, explica Juran Santos, fotógrafo de aventura do Parque Estadual dos Três Picos e criador do projeto Aventura Animal.

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De acordo com Rominique Schimidt, coordenador do Parque dos Três Picos, outro sinal de recuperação ambiental na região é a recuperação da vegetação, que era basicamente pastagem há 21 anos e hoje passa por um processo de regeneração natural: “O que eu acho que é muito relevante é o trabalho do estado na criação das unidades de conservação, no qual o principal objetivo é o de proteger a nossa biodiversidade, não só fomentando a questão do turismo, mas também na produção e na qualidade da água“. O Parque Estadual dos Três Picos é um dos cartões-postais mais procurados de Nova Friburgo. Ele é o ponto mais alto da serra do mar, com 2.366 metros. Manuel Muller é nascido e criado na região. Lavrador, e guia turístico nas horas vagas, ele leva turistas a desbravar trilhas e a entrar em contato com cenários inesquecíveis. O Parque dos Três Picos é reconhecido internacionalmente como uma IBA (Important Bird and Biodiversity Area), ou seja, uma área prioritária para conservação da biodiversidade de aves, pela BirdLife International. “Aqui a gente vê passarinho, eu já vi quatis, tatu, tem gato-do-mato, cachorro-do-mato, e vários outros bichos. Há 20 anos, você não via isso, porque o pessoal caçava, e tinha muito barulho, pois as pessoas faziam trilha de moto no morro, além de fogueira para churrasco e muita bagunça. Hoje é tudo controlado”, relata ele, acrescentando que o volume das águas aumentou bastante: “Há 30 anos, as águas estavam praticamente secando. Quem vem, quer voltar, porque as trilhas são muito bem cuidadas, está tudo limpinho”.

De olho nas câmeras: armadilhas fotográficas permitem registrar a volta de animais em extinção.
De olho nas câmeras: armadilhas fotográficas permitem registrar a volta de animais em extinção. (Rafael Campos/Governo do estado do Rio de Janeiro/Divulgação)

Iniciativa da Secretaria estadual do Ambiente e Sustentabilidade, o programa Florestas do Amanhã tem como meta, até 2050, aumentar a área florestal da Mata Atlântica fluminense em 10%, o que representa mais de 440 mil hectares. Outra frente de incentivo à restauração florestal no território fluminense é o projeto Conexão Mata Atlântica. Além de colaborar com a segurança alimentar, o projeto visa, por meio do reconhecimento e compensação de ações ambientais em propriedades rurais, a redução do carbono da atmosfera e a conservação da biodiversidade.

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No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, foi lançado na sede do Inea o Sistema Estadual de Áreas Embargadas do Estado do Rio de Janeiro, que agiliza o trabalho de fiscalização remota em áreas rurais dentro de unidades de conservação ambiental. Na ocasião, também foram entregues 81 viaturas para fiscalização ambiental. Os veículos são destinados, entre outras finalidades, para ações operacionais de áreas preservadas. “Estamos trabalhando com todo vigor para tornar o Rio de Janeiro a capital verde da América Latina, preservando o território fluminense e suas áreas de conservação”, afirma o governador Cláudio Castro.

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