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Moradores da Zona Oeste afirmam pagar taxas para milicianos e traficantes

Após deixarem de ser dominadas por milícias, pelo menos 14 comunidades da região agora são controladas pelo tráfico, que também cobra por 'serviços'

Por Da Redação
19 mar 2024, 19h21

A realidade imposta a grande parte dos moradores de comunidades da Zona Oeste desde os anos 1980, por grupos de milicianos, vem passando por transformações nos últimos dois anos, desde que bandidos da maior facção criminosa do estado passaram a invadi-las e dominá-las. De lá para cá, pelo menos 14 delas mudaram de mãos. Mas a população que vive nestas favelas continua sofrendo abusos de ambos os lados. Segundo depoimentos de alguns desses moradores ao portal g1, eles seguem pagando taxas tanto para traficantes quanto para milicianos, ao mesmo tempo. As extorsões a mototaxistas e motoristas de vans e a exploração de gatonet, por exemplo, são práticas antigas dos criminosos, que também taxam produtos como o botijão de gás.

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“É absurda a exploração que já existia e agora triplicou. Porque o povo está tendo que pagar dos dois lados. Na Muzema, é tráfico e milícia. Tem que pagar para o traficante, tem que pagar para a milícia”, disse ao portal um morador, na condição de anonimato. Em Rio das Pedras, por exemplo, último reduto da milícia na região, já existe até a “inflação da bandidagem”. Muitos moradores consideram que morar na região ficou “insustentável”. “Se não bastasse a sacanagem que já se faz, né, que a milícia faz com o morador, que é de tomar, tomar, tomar, e numa falsa de segurança que tá sendo provada que não existe e nunca existiu, o tráfico também tá vindo numa vertente muito pior. O Estado, ele assiste. Ele não combate, ele é omisso. É incrível ver a ineficiência da polícia”, reclamou outro morador. “É morte todo santo dia. São pessoas sendo expulsas, perdendo suas casas, perdendo um patrimônio que lutaram a vida inteira pra ter. É vergonhoso”, completou.

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As 14 favelas que mudaram de comando, da milícia para o tráfico, são: Santa Maria, Teixeiras, Covanca, Bateau Mouche, Barão, Chacrinha, Chácara, Quiririm, Tirol, Quitite, Araticum, Jordão, Banco e Muzema. A guerra entre traficantes e milicianos persiste em outras regiões da Zona Oeste. Tiroteios têm sido frequentes, por exemplo, na Gardênia Azul, na Caixa D´água (que fica no Tanque), Colônia (Taquara) e no conjunto César Maia (Vargem Pequena). Atualmente, pelo menos na Zona Oeste, a atuação da milícia está restrita a Rio das Pedras. Considerado o berço da milícia no Rio, lá moram cerca de 200 mil pessoas.

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