Como agia um dos maiores ladrões de caixas eletrônicos, preso no Rio

Além de participar de furtos em pelo menos 12 estados e no Distrito Federal, Denis Gaidino cometeu crimes até na Colômbia

Por Da Redação
24 abr 2025, 11h49
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Denis Galdino: criminoso ficou um ano escondido no Complexo da Penha, na Zona Norte, antes de ser preso em março, em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana (Polícia Civil/Reprodução)
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Preso em março na Região Metropolitana do Rio, um dos maiores ladrões de caixas eletrônicos do Brasil, identificado como Denis Galdino, de 42 anos, além de participar de furtos em pelo menos 12 estados e no Distrito Federal, cometeu crimes até na Colômbia. A polícia descobriu que, em 2023, depois de ter sido solto por um assalto no Piauí, ele passou um tempo escondido em Medellín. Segundo as investigações, lá Galdino não ficou satisfeito com os novos parceiros do crime. E reclamava que os colombianos não tinham paciência para monitorar a rotina das agências bancárias.

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“Colou a VT [viatura], ou colou uma motoca, acabou. Os caras nem ficam pra ver. Os caras já vai ligando o carro e saindo. Não é igual nós, que fica ali, cozinha, tal, vê, espera, entendeu? Dá o drible. Ah, ficou tenso, espera acalmar pro outro dia. Nós sabe o que tá acontecendo, entendeu? Os cara, não. Os cara é outra pegada, outra cultura. Tudo
diferente, entendeu?”, disse Galdino, em um áudio numa troca de mensagens encontrada pela polícia, e divulgada pela Globonews.

A GloboNews teve acesso a imagens exclusivas de um crime cometido em Joinville, no Norte de Santa Catarina, em setembro de 2023, por Denis Galdino e seu bando. Era tarde de um domingo, quando a quadrilha chegou para o roubo numa agência bancária. Com uma escada, um dos bandidos mexe no teto da agência e corta um cabo do sistema de segurança do banco. Uma outra câmera flagra o exato momento em que os criminosos arrancam a placa de metal que fica em cima do caixa eletrônico, e dois ladrões passam por cima do equipamento. Lá dentro, com ajuda de uma chave, eles conseguem abrir dois caixas eletrônicos, e retiram as gavetas lotadas de dinheiro. A dupla ainda tenta arrombar outras duas máquinas, sem sucesso. Toda a ação durou menos de cinco minutos. O dinheiro
– cerca de R$ 500 mil – é guardado em bolsas pretas e depois levado até o carro estacionado na porta da agência. A PM é acionada, e quando chega não encontra nenhum sinal da quadrilha.

Galdino aparece nas imagens de segurança do banco planejando a ação criminosa em vários dias anteriores ao dia do crime. “De acordo com nossas investigações, o crime não aconteceria se não fosse a participação do Denis. Ele tinha participação fundamental, pois ele tinha o know how, expertise de como funcionavam os caixas eletrônicos, qual o
melhor horário, melhor local, a forma mais célere de conseguir subtrair esses valores. Na grande maioria dos crimes, ele tinha participação direta. Rodava o país todo, inclusive ensinava outras quadrilhas a praticarem esses crimes”, explica o delegado Murillo Batalha, da Polícia Civil de Santa Catarina, responsável pela investigação.

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Depois de conseguir um habeas corpus na Justiça e ser solto, ainda em 2023, Galdino, que é catarinense, foi para Medellín, na Colômbia. De lá seguiu para o Rio de Janeiro e, por um ano, ficou escondido no Complexo da Penha, na Zona Norte. Após esse período, foi preso em março, em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio, onde participava de um evento religioso, numa operação conjunta das polícias civis do Rio e de Santa Catarina. Contra ele havia um mandado de prisão por participação no furto dos cerca de R$ 500 mil em Joinville. De acordo com a polícia, Denis Galdino se escondia por trás de identidades falsas. Já se passou por Daniel Tamanini, João Dennis Campos Neto e Dennis Jorge Migliorini. Usando esse último nome, Denis Galdino chegou a ser preso, 17
anos atrás. Mas o verdadeiro dono dessa identidade é um jornalista paranaense, que foi localizado pelos investigadores. A defesa de Denis Galdino ainda não se manifestou.

 

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