Como agia o ‘golpista do Tinder’, preso por estelionato contra mulheres
Ele conseguia sensibilizar as vítimas a fazer empréstimos que somados chegam a R$ 1,8 milhão
Investigado por estelionato contra pelo menos 11 mulheres, no Rio e em São Paulo, Caio Henrique da Silva Camossatto foi preso no último dia 22 de março, em um restaurante no Rio, após “armadilha” feita por uma de suas vítimas, e a polícia pede para que outras mulheres que foram enganadas prestem queixa para tentar manter o o golpista preso.
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Uma reportagem do Fantástico mostrou que ele fazia empréstimos com as vítimas, que somados chegam a R$ 1,8 milhão. O inquérito que resultou no mandado da prisão foi apenas de uma delas, de quem ele tirou R$ 500 mil. A pena para esse tipo de crime é de 5 anos de prisão.
Nos aplicativos de relacionamento, ele dizia que era ator de novela, compositor, dono de imóveis e rico, mas passando por problemas financeiros. Dessa forma, conseguia sensibilizar as mulheres para pedir dinheiro emprestado.
Uma das mulheres, Tayara Banharo de Medeiros, estava internada no hospital quando o conheceu. No primeiro encontro fora da unidade de saúde, ele pediu dinheiro emprestado. “Ele tem muita lábia. Emprestei R$ 1 mil. Fiquei uma semana internada direto no semi-intensivo. E eu falando com ele, ele simplesmente aparece no hospital para me visitar. Fiquei até meio assim… A pessoa que você conhece no aplicativo de relacionamento vai te encontrar no hospital, né? Ele me beijou no hospital“, contou à TV.
Ao suspeitar, ela investigou informações sobre ele na internet, descobriu que era um farsante e ameaçou de o expor. Caio pagou, e pouco depois outra reportagem do Fantástico mostrou que o homem era investigado em São Paulo em pelo menos cinco casos e já tinha sido condenado por estelionato em 2019. A pena foi convertida em prestação de serviços comunitários, que ele nunca cumpriu. Quando viu a reportagem, Tayara decidiu se unir a outras mulheres para desmascarar Caio.
As vítimas criaram um grupo no WhatsApp para acompanhar os passos do criminoso, que continuava usar o cartão de crédito de uma delas. Tayara montou um perfil falso em um aplicativos e o atraiu para um encontro quando foi obtido o mandado de prisão.
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“A investigação mostrou que ele era um criminoso contumaz. E continuava conversando com outras pretensas vítimas. A prisão era essencial para evitar que outras vítimas caíssem no seu golpe”, disse Fabio Souza, delegado titular da 34ª DP (Bangu). “É importante que as vítimas compareçam às delegacias e comuniquem o fato. E aí você pede a prisão por cada vítima. Vai ser muito mais difícil ele ser solto. Porque quando sair vai fazer tudo de novo, porque é disso que ele vive“.