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Ciclovia Tim Maia tem fissuras e corrosão em diversos pontos

Crea aponta falhas na construção da obra, inaugurada em janeiro de 2016, que já apresenta sinais precoces de deterioração

Por Agência Brasil
28 mar 2017, 17h24
Ciclovia Niemeyer3
 (William de Oliveira/)
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Os problemas estruturais identificados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio de Janeiro na Ciclovia Tim Maia, na orla da zona sul do Rio de Janeiro, vão além do trecho em que um desabamento matou duas pessoas em abril do ano passado. A obra, inaugurada em janeiro de 2016, apresenta sinais precoces de deterioração, e o conselho aponta falhas na construção.

O presidente do Crea, Reynaldo Barros, disse que o problema determinante para a tragédia foi a falta de fixação para as bandejas, que estavam apenas posicionadas sobre os pilares de sustentação.

Para o engenheiro, os problemas identificados no laudo divulgado nesta terça-feira (28) não interferiram no desabamento. “Não foram esses problemas que determinaram o acidente. Foi o impacto da onda, em função das características da obra. Os tabuleiros eram apenas apoiados. A onda ofereceu um impacto de baixo para cima e virou o tabuleiro.,

O local do acidente já foi refeito, mas, segundo o Crea, foram encontrados sinais de fratura do concreto na ligação das vigas com os pilares, o que pode ser resultado de um longo trecho sem intervalos para a dilatação do material, já que os vãos entre as bandejas foram unificados no reparo. O trecho também tem pontos de corrosão por falta do coberimento adequado dos materiais.

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Na ciclovia, o Crea identificou que a maioria dos blocos de fundação já apresenta fissuração considerável devido à incompatibilidade dos materiais com o ambiente agressivo. “Essa degradação comprometerá a integridade e a segurança da estrutura em curto prazo”, alertou o texto usado na apresentação do Crea, que recomendou a interdição da ciclovia ao menos até agosto para que sejam feitos os reparos.

As juntas de dilatação também apresentam problemas, como a falta de vedação suficiente e a inexistência de uma abertura mínima  que permita a movimentação dos materiais. Em alguns trechos, a vedação foi feita com madeira, que já apresentava sinais de apodrecimento. As juntas são necessárias para que as variações de temperatura não comprometam a estrutura.

Materiais pré-fabricados utilizados na obra também apresentam muitos pontos de corrosão, por não terem recebido o cobrimento de concreto adequado. “Este fato compromete de forma muito intensa a durabilidade da obra, em primeiro plano, e sua segurança ao longo do tempo”, diz o Crea.

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O laudo conta com 169 fotos de problemas encontrados e foi preparado pela meteorologista Ana Cristina Palmeira e pelos engenheiros civis Luiz Carneiro de Oliveira e José Schipper.

Ana Cristina avalia que ondas com mais de 4 metros (m), como a que derrubou a ciclovia, não foram raras nos últimos anos, com uma periodicidade de até três vezes por ano nos períodos de ressaca. Em 1982, por exemplo, foi registrada uma onda com mais 6m no local onde foi construída a ciclovia, que previa ondulações de até 2m em seu projeto, destacou o Crea. “Alturas desse padrão acontecem com alguma frequência, periodicamente nesse intervalo, de abril a agosto. A previsibilidade disso é que não é tão trivial”, disse a meteorologista.

O estudo hidrológico recomendado para dar maior capacidade de resposta a condições climáticas deve demorar até dois anos para ficar pronto. Até lá, mesmo que as reformas sejam feitas ainda neste ano, o Crea disse que cabe à prefeitura decidir se dará respostas que permitam reabrir a ciclovia nos meses de ressaca, ou se vai fechá-la preventivamente.

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