O que é o choque de civilidade prometido pelo prefeito Eduardo Paes
Equipe de transição vai traçar medidas que vão além do ordenamento urbano para serem implementadas ao longo dos próximos quatro anos
O prefeito Eduardo Paes anunciou ontem um “choque de civilidade” na cidade durante o seu quarto mandato, que começa em janeiro. Segundo ele, este mês, sua equipe de transição vai traçar medidas que vão além do ordenamento urbano e serão implementadas ao longo dos próximos quatro anos. “Civilidade tem a ver com a atitude das pessoas. É mais amplo do que o conceito de ordem. Claro que parte da premissa de ordem, de respeito às regras, mas também das atitudes do cidadão. Essa loucura que a gente vê diariamente pela cidade não é civilidade”, explicou ao jornal O Globo o prefeito, citando o uso de caixinhas de som nas praias e a circulação de motos na contramão e nas calçadas, infrações previstas no Código Brasileiro de Trânsito. Um dos focos será orientar motociclistas, em especial os entregadores.
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Prática proibida por decreto municipal há dois anos, manter aparelhos de som ligados no volume máximo foi motivo de 480 queixas ao serviço do 1746 da prefeitura este ano – 173 (36,04%) partiram da Zona Sul. A prática acontece muito nas praias. Cariocas também não toleram pertubação do sossego, carros de som e ocupação irregular de calçadas por mesas e cadeiras, como mostra a lista das dez incivilidades que mais chegam ao 1746. A questão das motos também é assunto que incomoda e preocupa.
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“O número de motos emplacadas no estado aumentou cinco vezes em poucos anos, gerando consequências. Hoje, na Avenida Brasil, a principal causa de interrupções do trânsito por acidentes envolve motos. A gente vê moto em calçadas e viadutos. E há pilotos que se aproveitam até das regras para circulação de veículos elétricos (nas ciclovias)”, disse ao jornal o vice-prefeito eleito, coordenador da equipe de transição para o quarto mandato de Paes, que ficará à frente do planejamento das ações. A equipe também vai elaborar medidas na área da Segurança Pública, em que o município pretende atuar de forma complementar ao estado. Uma das ideias é ampliar o Civitas, projeto de videomonitoramento da ruas criado em junho do ano passado. “O Civitas será muito mais ostensivo, para cuidarmos do espaço público. Hoje, já tem esse viés, mas vai assumir um papel nessa área como o COR (Centro de Operações Rio) tem nas ações de resiliência da cidade”, acrescentou Cavaliere.