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No ano do centenário, Copacabana Palace resgata cores originais da fachada

Durante reforma das varandas, descobriu-se que os ornamentos metálicos, já oxidados, são dourados

Por Bárbara Lamosa*
Atualizado em 13 jul 2023, 17h00 - Publicado em 13 jul 2023, 17h00
Foto mostra o Copacabana Palace
Copacabana Palace: obras estão previstas para acabar no início de agosto (Alexandre Macieira/Riotur)
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A construção do hotel Copacabana Palace, que completa 100 anos em 2023, foi um marco no processo de modernização e criação de um estilo próprio da arquitetura brasileira. O projeto do arquiteto Joseph Gire foi o primeiro voltado para o mar no Rio de Janeiro. Segundo Cláudio Crispim, arquiteto e conselheiro estadual do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Gire foi revolucionário ao enxergar a praia como um local de lazer e entretenimento com o Hotel Copacabana Palace.

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Hoje, o Rio é uma das cidades mais procuradas por turistas de todo o mundo, mas nem sempre foi assim. Na década de 1920, a população se concentrava no Centro da cidade, longe do mar, que era visto apenas como meio de trabalho e subsistência. Joseph Gire, francês trazido pela família Guinle para conceber o Copa, não só trouxe seu conhecimento, mas também ousadia criativa, inspirado pela Riviera francesa.

Embora Copacabana reúna diversas construções em estilo Art Déco, surgido na Europa na primeira década do século XX, Crispim explica que a arquitetura do hotel é considerada eclética, porque mescla diversas correntes do design. “É justamente por isso que ele se integra tão bem com a paisagem do bairro, unindo a simetria do clássico às curvas do Art Déco”, analisa.

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Para celebrar o centenário da inauguração, o hotel iniciou, em janeiro deste ano, uma reforma para resgatar elementos originais, restaurando partes do edifício principal. Os detalhes decorativos vão voltar à cor dourada. Durante o processo de remoção de impurezas e oxidação das superfícies metálica das varandas, por lá chamadas de balcão Juliette, descobriu-se a o tom original das peças. Para Paulo Senise, ex-presidente da Embratur, essa fachada é uma marca registrada da cidade. “É uma construção imponente, muito bem desenhada e recheada de histórias”, analisa.

A construção do edifício, em 1923, gerou empregos e fez nascer pequenos comércios nas proximidades. À época, a orla era coalhada por pequenas casas de apenas um pavimento, a maioria delas pertencentes a pescadores. O Copacabana Palace e seus hóspedes abastados contribuíram para a migração dos cariocas para a Zona Sul, valorizando a região. “A inauguração do hotel marca a transição do Rio de Machado de Assis, com seus sobrados simples, para o de Pereira Passos,  prefeito que botou abaixo diversas construções e redefiniu a estrutura urbana da cidade” resume Crispim. “O Copa trouxe glamour para o Rio de Janeiro”, atesta.

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A década de 1920 viu florescer o modernismo brasileiro e, sem dúvida, o Copacabana Palace é um ícone desse pensamento, justamente pela junção de vários estilos e reuni-los em um único edifício, uma espécie de “antropofagia arquitetônica”. A estruturação do hotel serviu de inspiração para o surgimento do estilo brasileiro autêntico e não de apropriação.

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O arquiteto Ivan Rezende, que comanda a reforma do Copa, ganhou, em 2021, o prêmio da categoria Interiores e Design do Instituto de Arquitetos do Brasil pela revitalização do Teatro Copacabana Palace. A obra atual tem previsão para terminar no início de agosto deste ano, mês em que o hotel completa 100 anos. 

*Bárbara Lamosa, estudante de Jornalismo da PUC-Rio, com orientação de professores da universidade e revisão final de Veja Rio.

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