Caso Patrícia Amieiro: por que o júri popular foi adiado para 2025
Tribunal de Justiça aceitou pedido da defesa dos quatro policiais militares acusados do crime e remarcou julgamento para fevereiro de 2025
Inicialmente previsto para o dia 20 deste mês, o novo júri do caso Patricia Armieiro foi mais uma vez transferido, desta vez para o ano que vem. Na semana em que a morte da engenheira completa 16 anos, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, responsável pelo caso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), aceitou nesta quarta (12) um pedido da defesa dos quatro policiais militares acusados do crime e remarcou o júri popular para 11 de fevereiro de 2025.
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A engenheira que desapareceu em junho de 2008, após seu carro ser atingido por tiros de policiais, e seu corpo nunca foi encontrado. São réus os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento, que vão responder por tentativa de homicídio, além de Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira, que passarão por um novo julgamento por fraude processual. Marcos Paulo e Willian já haviam sido condenados em 2019, no primeiro julgamento do caso, pelo crime de fraude processual, mas inocentados das acusações de tentativa de homicídio. A pena deles foi de três anos e 60 dias de prisão pelos sete jurados que participaram do Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri da Capital, mas ambos puderam recorrer em liberdade. Também acusados de envolvimento no caso, Fábio e Marcos foram absolvidos.
O novo júri foi marcado após o surgimento, em 2020, de mais uma testemunha do caso, um taxista. O motorista profissional afirmou que estava atrás do carro de Patrícia e viu o momento em que PMs dispararam contra o carro da engenheira e a retirada da jovem do veículo, ainda com vida. Para a família da engenheira a defesa dos acusados utiliza “manobras jurídicas” para evitar que o caso seja julgado. “Essa será a última vez que nossa família dará um voto de confiança para Justiça e que o júri popular aconteça exatamente nesta data. Não há mais margens para o júri ser adiado. Nossa família está cansada de tanta humilhação e sofrimento“, diz uma nota divulgada pelos parentes da vítima.
Relembre o caso
No dia 14 de junho de 2008, a engenheira Patrícia Amieiro foi vista com vida pela última vez. Segundo a denúncia, ela foi morta, aos 24 anos, na Barra, quando voltava de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul do Rio e teve seu carro atingido por tiros de policiais quando, na saída do Túnel do Joa. O veículo dela teria sido confundido com o de um traficante, e os PMs atiraram. O automóvel foi encontrado a poucos metros de distância no Canal de Marapendi. Para o Ministério Público estadual (MPRJ), que acusa os PMs, o corpo da engenheira foi retirado do carro jogado no canal pelos policiais para impedir que o homicídio fosse descoberto. Patrícia foi declarada morta em 2011.
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Segundo a polícia, Patrícia perdeu o controle do veículo após os tiros e colidiu em dois postes e uma mureta. Na época, o carro foi encontrado na beira do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, com o vidro traseiro quebrado e o porta-malas aberto.