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Caso João Pedro: “É uma nova morte”, desabafa pai após absolvição de PMs

Juíza considerou que policiais agiram em legítima defesa; família do menino baleado dentro de casa em 2020, aos 14 anos, vai recorrer

Por Da Redação
10 jul 2024, 14h37
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João Pedro: juíza considerou que PMs agiram em "legítima defesa" (TV Globo/Reprodução)
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Pai do adolescente João Pedro Mattos Pinto, atingido nas costas dentro de casa em 2020, durante uma operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, viu o filho morrer de novo, após a absolvição dos três policiais acusados pelo assassinato. “Foi uma nova morte do João Pedro. Parece que a Justiça está matando ele novamente. Voltou tudo para o zero. Agora temos que lutar de novo para conseguir algo que a Justiça já deveria ter feito (punir os acusados da morte)”, disse ao jornal O Globo, nesta quarta (10), Neilton da Costa, de 45 anos. Ele não se conforma com a decisão da juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, que considerou que os agentes agiram em “legítima defesa”, e afirmou que a família entrará com um recurso.

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“O meu filho estava dentro de casa, brincando. Um ambiente onde achávamos que se encontrava seguro. Na época, estava evitando sair, até mesmo por causa da pandemia (de Covid-19). E aí vem o Estado e, ao invés de tomar conta do João Pedro, o que é o seu papel, não agiu como deveria”, afirma o pai. Para ele, os argumentos usados pela magistrada dão a entender que ela acha “normal policiais saírem atirando numa casa onde só havia adolescentes”: João Pedro tinha 14 anos. Na decisão, a juíza diz que “embora seja cediço que houve a morte de um adolescente inocente, a vítima João Pedro, é necessário entender, com apego à racionalidade, que a dinâmica dos fatos, como narrada e confirmada pelos diversos laudos anexados ao processo, não pode ser inserida em um contexto de homicídio doloso por parte dos policiais. Isso porque, no plano da tipicidade, o aspecto subjetivo já não se completa, haja vista a clara ausência de dolo, uma vez que não houve qualquer intenção de matar o adolescente”.

Os policiais alvos do processo são Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister. Eles eram réus por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e fútil, e respondiam em liberdade.

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Neilton contou que não desistirá e acredita que conseguirá um dia provar que não é verdadeira a versão apresentada pelos policiais. A defesa dos agentes diz que bandidos armados entraram na casa onde João Vitor estava e que esses criminosos atiraram e lançaram granadas contra eles, dando início a um confronto. Mas o pai segue afirmando que apenas aos agentes fizeram disparos. O governo do estado foi condenado a pagar uma indenização de dois terços de um salário mínimo aos pais do menino até a data em que ele completaria 25 anos e, depois, de um terço até a data que faria 65 anos. Neilton afirmou que o pagamento ainda não começou a ser realizado.

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