Em parceria com a CasaBloco, CCBB recebe mostra de filmes de Carnaval
Evento, que exibe seis filmes, acontece neste fim de semana; programação contará também com uma roda de conversa sobre a festa de Momo no cinema

A produção cinematográfica nacional que tem o carnaval como tema principal é tão vasta que, todos os anos, a CasaBloco realiza a sua mostra de cinema de Carnaval. Este ano, mais uma vez a mostra será realizada no CCBB RJ, com a exibição de seis filmes, no sábado (8) e no domingo (9), a partir das 14h. A programação contará também com uma roda de conversa, no sábado (8), às 16h, com Luis Carlos de Alencar e Rodrigo Reduzino, respectivamente diretor/idealizador e diretor de pesquisa da série Enredos da liberdade. A mediação será de Pedro Monteiro, curador da Mostra de Cinema Petrobras CasaBloco. Os ingressos para as sessões de cinema podem ser retirados na bilheteria física do CCBB RJ, a partir das 9h, ou adquiridos pelo site bb.com.br/cultura.
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“Nossa ideia foi selecionar títulos que ainda não tinham sido exibidos nos cinemas e manter firme o nosso foco na dobradinha audiovisual e carnaval. Na programação temos uma obra voltada para homenagear os blocos da cidade do Rio de Janeiro, uma outra sobre Carnaval e o processo democrático brasileiro, além de dois títulos que são as homenagens a Zé Ketti e a Rosa Magalhães. Teremos também um filme incrível sobre os desfiles das escolas de samba e a pandemia. Garanto que quem gosta de folia vai curtir muito o nosso cinema com serpentina”, diz Pedro Monteiro.
Um dos destaques da programação é “Enredos da liberdade – O grito do samba pela democracia”. A série conta como as escolas de samba se opuseram à censura e ao regime militar durante a década de 1980. Os episódios mostram como os sambas da época questionavam o regime militar e pregavam a ruptura. Os cinco episódios serão exibidos no sábado (8), após a roda de conversa.
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“Os episódios apresentam as escolas de samba como sujeitos da democratização do país. Normalmente, as agremiações são vistas apenas na sua dimensão da indústria cultural ou do entretenimento, o que não é pouco. Mas, as escolas de samba, a partir dos anos 1980 também traduziram, elaboraram e formularam suas críticas sociais e seus próprios projetos de sociedade, seja algo conjuntural, a partir de enredos que vão falar da ditadura militar, da censura, da inflação, do FMI, do arrocho salarial ou em uma dimensão mais histórica e estrutural, que vai falar do negro na sociedade brasileira, denunciar as agruras da escravatura e do pós-abolição, mas também anunciar possibilidades de futuros, lugares que não existem senão como desejo de bem-viver e justiça. Todos são enredos de liberdade.”, explica Luis Carlos de Alencar, diretor da série.
Para Rodrigo Reduzino, idealizador, autor do argumento e diretor de pesquisa, Enredos da liberdade é um grito das escolas de samba por democracia, sobretudo em relação à leitura da cultura negra como expressão política da população periférica, ou seja, uma política de vida. “O grito por liberdade é uma constante na história negra deste país. A série inscreve novos sujeitos políticos na narrativa e história da luta contra a ditadura militar, alargando a lente para um tema ainda não superado e tão importante para o Brasil. É um registro audiovisual e multilinguístico com um trabalho refinado de pesquisa, memória, acervo, política e escola de samba. Assim como toda expressão oriunda da cultura negra”, destaca o diretor de pesquisa.
A programação Mostra Petrobras CasaBloco de Cinema começa com a exibição de “Não Vamos Sucumbir”, com direção de Miguel Przewodowski, que tem como ponto de partida a preparação das escolas de samba para o carnaval 2020, passando por 2021, quando os desfiles foram suspensos pela pandemia, e vai até a retomada, em 2022. O filme apresenta um inventário histórico desde o surgimento das escolas de samba até os dias de hoje, mostrando a força cultural, o significado político e social que faz deste evento o maior show do planeta.
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O documentário “Do Leme à Praça Mauá – Histórias e músicas do carnaval carioca”, dirigido por Pedro Monteiro, é uma homenagem aos blocos que desfilam com sambas autorais e seus compositores. O filme homenageia os blocos Meu bem volto já; Carmelitas; Prata preta; Nem muda nem sai de cima; Bloco de segunda; Imprensa que eu gamo; Que merda é essa?; Barbas; Escravos da Mauá; Simpatia é quase amor; Loucura suburbana e Discípulos do Osvaldo.
“Eu sou o samba, mas pode me chamar de Zé Ketti”, com direção de Luiz Guimarães de Castro, reconstrói a trajetória e a personalidade do lendário compositor carioca que ganhou os palcos e as telas com sua música. O longa apresenta passagens da vida de Zé Ketti, o envolvimento com o samba, o cinema, o teatro e a crítica social. Entre os sucessos do compositor estão A voz do morro, Amor de Carnaval, Máscara negra e Chuva de prata.
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“Rosa – a narradora de outros Brasis” acompanha trajetória da grande carnavalesca Rosa Magalhães, a mais vitoriosa da história do carnaval carioca. O filme, dirigido por Valmir Moratelli e Libário Nogueira, intercala uma entrevista de Rosa com depoimentos de quem conviveu com ela, além de imagens exclusivas de desfiles, até sua despedida, no carnaval de 2023.