Carne estragada: só 17 das 800 toneladas foram rastreadas pela polícia

Preso responderão por associação criminosa, receptação, adulteração de produtos e corrupção de alimentos; crime de lavagem de dinheiro não foi descartado

Por Da Redação
23 jan 2025, 12h27
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Carne estragada: operação em três Rios levou à inutilização de duas toneladas do produto (./Reprodução)
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Das 800 toneladas de carne imprópria para o consumo humano compradas em junho do ano passado, pela Tem Di Tudo Salvados e Distribuidora, de um frigorífico em Canoas (RS), a polícia só conseguiu rastrear o destino de 17 toneladas até agora. De acordo com investigações da Operação Carne Fraca, toda a mercadoria foi transportada por 32 carretas. “Ainda estamos investigando para onde todas essas carnes foram vendidas. A gente sabe que 15 toneladas foram para um revendedor de Minas. Ele foi ouvido pela polícia gaúcha, mas não descartamos que volte a ser intimado. Outras duas toneladas foram inutilizadas na operação que fizemos agora em Três Rios. Acabaram no lixo”, contou o delegado Wellington Vieira, da Delegacia de Defesa do Consumidor do Rio, ao jornal O Globo.

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A empresa de Três Rio, no interior fluminense, arrematou as carnes bovina, suína e de aves que ficaram submersas durante as enchentes no Rio Grande do Sul sob a alegação de usá-las para fazer ração, mas revendeu a carga para mercados e açougues de todo o país. Nesta quarta (22), uma operação conjunta das delegacias de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul prendeu dois sócios e dois funcionários da distribuidora. Os agentes ainda encontraram um pacote de picanha que fazia parte do lote comprado do sul do país à venda na loja da empresa. “A informação que temos é que essa carne foi ‘maquiada‘. Antes da revenda, eles retiraram sinais de sujeira das embalagens, que ficaram em contato com a água suja e lama”, acrescentou o delegado.+

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“Como essa carne só poderia ser aproveitada como ração animal ou para produzir graxas, foi vendida por R$ 0,90 o quilo. Mas os produtos acabaram sendo renegociados como de boa qualidade”, explicou ao jornal o delegado Cassiano Cabral, da Delegacia de Defesa do Consumidor do Rio Grande do Sul. A empresa que revendeu os produtos impróprios desembolsou por toda a carga menos de R$ 80 mil, obtendo uma margem de lucro, segundo a polícia, de 6.150%. Os irmãos Almir Jorge Luís da Silva e Altamir Jorge Luís da Silva, sócios da empresa, foram presos, assim como José Luis Dias da Silva, gerente e irmão da dupla, e o diretor de Logística da Tem Di Tudo, Ciro José Marinho. Os quatro, que ainda não se manifestaram sobre o caso, vão responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração de produtos e corrupção de alimentos com alcance em todo o país. A polícia ainda pode incluir a acusação de lavagem de dinheiro.

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