‘Tenho o direito de não gostar de enredos afro’, diz Paulo Barros

Carnavalesco da Vila Isabel, uma das três escolas que não vão abordar o assunto na avenida este ano, reforça não ter obrigação de falar sobre temas africanos

Por Da Redação
26 fev 2025, 16h58
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Paulo Barros: 'Desfiles com temática africana são todos iguais e ninguém entende nada' (Redes sociais/Reprodução)
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Num ano em que nove das 12 escolas de samba do Grupo Especial escolheram enredos afro para levar à Avenida, o carnavalesco da Vila Isabel, Paulo Barros, fez uma declaração que não passou em branco. Na última segunda (24), ele disse à Folha de São Paulo que “desfiles com temática africana são todos iguais e ninguém entende nada”. Na ocasião, ele criticou aqueles que acham que o carnaval deve falar de temas africanos só porque o samba teve origem no continente. Diante da polêmica que despertou, o carnavalesco postou um vídeo em suas redes sociais em que acrescenta que não ter “obrigação” ou responsabilidade” de trazer o tema em seus desfiles. “Não venham querer me entubar uma responsabilidade e uma obrigação de ter que falar de temas africanos. Não gosto. É uma opinião minha. Não gosto”, afirmou Barros.”Eu não fiz crítica a ninguém. Só disse a minha posição. (…) Ta todo mundo nesse blablabla e na hora do vamos ver, na hora da verdade, começam a falar um monte de m*”, completou.

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Com exceção de Vila Isabel, Mocidade e Portela, as demais agremiações vão abordar ou fazer referência a religiões de matriz africana. “Tenho o maior respeito por todas as religiões. Inclusive, o meu babalorixá, que me assiste, é uma pessoa maravilhosa. Eu tenho a minha mãe de santo e vou. Eu vou a igreja. Eu vou a templos. E respeito todas as religiões”, ponderou Barros.”Eu tenho o direito de pensar dessa forma. O direito é meu. As pessoas falam: ‘nós estamos numa democracia’. Esse é o meu pensamento, sinto muito. Tem umas pessoas que concordam e umas que não concordam. Tem que respeitar a opinião de cada um e eu respeito”, sublinhou.

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As declarações de Paulo Barros incomodaram o mundo do carnaval principalmente por ele estar à frente do desfile da Vila Isabel, escola que teve seu maior título em 1988, com o enredo Kizomba comemorado o centenário da Abolição da Escravatura. “Tem gente que fala que desfile de escola de samba obrigatoriamente tem que ter uma temática africana porque o samba veio da África. Qualquer imbecil sabe disso. Que a raiz do samba, da escola de samba, ela tem essa raiz e esse fundamento, essas temáticas africanas. O carnaval, ao longo de décadas, ele passou a assimilar todos os tipos de enredo e todos os tipos de tema”, continuou Barros. “Eu lembro muito bem que eu já passei por uma época onde só se falava de política, por épocas onde falava de cidades, onde tínhamos enredos imaginários, como o Ziriguidum 2001, Tupinicópolis, viagens e enredos que são imaginados pelo carnavalesco e que não tem nada a ver com a cultura africana. Até porque o carnaval nos dá essa liberdade”, explicou.

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