Nando Cunha promove feijoada beneficente
O ator organiza o banquete em homenagem a São Jorge com o objetivo de recolher doações para instituições de caridade
Em 2003, o ator Nando Cunha, 49 anos, foi à missa na Igreja de São Jorge, em Quintino, atendendo ao convite de um primo. Como estava sem atuar havia algum tempo, levantou a carteira de trabalho em direção à imagem do santo e pediu novas oportunidades. Na saída, recebeu uma ligação. A notícia? Tinha sido escolhido para interpretar o papel-título da peça Grande Otelo, Eta Moleque Bamba. Naquele mesmo ano, em agradecimento à graça alcançada, Nando ofereceu uma feijoada, em homenagem ao santo guerreiro, para cerca de trinta pessoas, entre amigos e familiares. E repete isso todo ano. Mas o evento cresceu e o objetivo mudou. Agora, o ator faz o prato para cerca de 2 000 pessoas e, além de agradar ao santo, aproveita para recolher produtos para instituições de caridade. “Como fui ajudado, quis ajudar outras pessoas”, explica Nando, que faz questão de pôr a mão na massa. “São 60 quilos de feijão, preparados por mim, meus pais, irmãs e primos”, explica.
“Essa festa é para que São Jorge nos proteja contra os dragões do dia-a-dia”
A edição 2016, hoje batizada de Feijoada Filhos de Jorge, será em prol da creche Casa de Joel, em Cordovil. O esquema é simples: a feijoada e a entrada no evento são de graça, mas o convidado tem de levar leite em pó para a instituição. “A creche funciona numa casinha humilde e acolhe crianças que vivem em áreas de risco. A casa não tem muitos recursos, só conta mesmo com a ajuda de pessoas de boa vontade. Mas o trabalho é muito sério”, atesta Nando, que, durante o ano, faz visitas regulares a instituições de caridade. “Todo artista é muito vaidoso, então vivo num mundo de vaidade. Para mim, essas instituições são o melhor programa do mundo. Melhor do que camarote de festa badalada”, diz o ator, que nunca mais enfrentou o desemprego. Hoje, ele integra o elenco da série Os Suburbanos (Multishow) e viaja com a stand-up Samba e Outras Histórias. “Não peço mais nada para mim. Só para os outros. Essa festa é para que São Jorge nos proteja contra os dragões do dia a dia”, resume.