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Carioca Nota 10: Pedro Henrique de Cristo

O administrador de empresas Pedro Henrique de Cristo coordena projetos que têm o objetivo de integrar as favelas ao restante da cidade

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 dez 2016, 14h06 - Publicado em 18 out 2013, 19h28
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carioca-nota-dez.jpg (Redação Veja rio/)
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Entre todas as favelas pacificadas do Rio, a do Morro do Vidigal é provavelmente a que enfrenta o processo de transformação mais radical. Localizado entre as praias do Leblon e de São Conrado, com uma vista deslumbrante do trecho da orla mais badalado da cidade, o lugar entrou na rota dos cariocas e visitantes que procuram programas diferentes. Além disso, novos moradores, de perfil bem distinto do observado ali, estão comprando e ocupando os antigos barracos para transformar em bares e pousadas. Entre os recém-chegados está o administrador de empresas Pedro Henrique de Cristo, de 30 anos. Em 2011, ele se mudou para o morro, depois de concluir seu curso de mestrado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ao contrário dos demais novatos, Pedro Henrique não está interessado no potencial turístico e de entretenimento do Vidigal. Ele o transformou em uma espécie de campo de experimentação para os conceitos que aprendeu na temporada americana. Seu objetivo é contribuir com o processo de integração do morro à estrutura urbana. “Quis entender, na prática, como funcionava a realidade dessas pessoas. Em Harvard tive boa formação teórica, mas agora, de fato, sei do que estou falando”, diz.

“Nosso objetivo é fazer intervenções locais, mas com impacto. Queremos levar o que foi bem-sucedido aqui a outros morros da cidade”

Pedro Henrique (na foto, com sua esposa e parceira de projetos, Caroline Shannon, e crianças da favela) está diretamente envolvido na melhoria das condições de vida do morro. Nascido na Paraíba, ele ajudou a implantar o Parque Sitiê em uma área que funcionava como depósito de entulho. Trata-se da primeira agrofloresta do Rio, em que trechos de mata nativa se alternam com terrenos cultivados, numa conjunção de parque ecológico com parque educativo. Com a ajuda dos moradores e de alguns colegas americanos, a área foi limpa e reurbanizada. “Devolvemos à comunidade um espaço público degradado com independência de recursos. Hoje, o parque está se transformando em ONG e garantindo renda aos participantes. Mas eu não recebo um centavo com isso”, explica. Paralelamente, ele é responsável pelo movimento CidadeUnida, de fomento de políticas públicas para as favelas, e também pelo projeto +D, um escritório de arquitetura pública com foco em praças e prédios de uso comunitário. “Nosso objetivo é fazer intervenções locais, mas com impacto. Queremos levar a outras favelas tudo o que foi bem-sucedido aqui.”

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