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Carioca Nota 10: Antônio Gaspar

O economista Antônio Gaspar criou uma entidade sem fins lucrativos que investe em negócios sustentáveis

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 dez 2016, 14h28 - Publicado em 17 Maio 2013, 18h05

Quando foi contratado para trabalhar em Washington, na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2005, o economista carioca Antônio Gaspar, hoje com 37 anos, acreditou ter conseguido o emprego dos sonhos. Formado pela PUC-Rio e com um mestrado na área de negócios em sustentabilidade recém-concluído na Universidade de Duke, na Carolina do Norte , ele embarcou com a mulher para os Estados Unidos. Por três anos, coordenou o programa de apoio a projetos socioambientais do BID. Entre suas tarefas estava a aprovação do orçamento de cada proposta, valor que variava de 500 000 a 5 milhões de dólares. Viajou muito pelos países da América Latina, como México, Panamá e Guatemala, mas sentia falta de assistir de perto às transformações. “Embora eu planejasse e aprovasse os projetos, não cabia a mim acompanhar a execução. Isso ficava a cargo de representações locais e muitas vezes grandes ideias se perdiam”, recorda Gaspar. “Eu queria participar ativamente, não dentro de um escritório. Tive de aprender o processo inteiro e me empenhar em cada etapa para que tudo desse certo.”

“Nosso objetivo é fomentar negócios que decolem e voem sozinhos, sem depender de ninguém”

Tal dilema acabou precipitando sua saída do banco. Pai de dois filhos, ele regressou ao Rio com a família e articulou uma rede de colegas de profissão bem-sucedidos dispostos a investir em uma nova ideia. Fundou, em 2008, o Instituto Ventura. Sem fins lucrativos, a entidade, se-diada no Leblon, financia, no Brasil inteiro, negócios que tenham como foco o empreendedorismo social e sustentável. Dezessete iniciativas estão sendo apoiadas em todo o país, três delas no Rio. O mais significativo é um programa de ecoturismo no Vale Encantado, favela no Alto da Boa Vista junto à Floresta da Tijuca. Cerca de 300 famílias são beneficiadas pelo pro-jeto, ao receber visitantes e guiá-los por quatro trilhas abertas em meio à mata, criando as-sim uma nova fonte de renda. “Faz parte do investimento oferecer orientação técnica para que os negócios deem certo. O objetivo é que eles decolem e voem sozinhos, sem depender de mais ninguém”, diz Gaspar. “Não acredito em assistencialismo. Receber algo a fundo perdido acaba sempre gerando acomodação.” Gaspar passa metade do mês fora de casa em suas an-danças pelo Brasil à caça de boas ideias nas quais investir. Por mais paradoxal que pareça, ele está convencido de que abrir mão de seu grande sonho de viver nos Estados Unidos e voltar ao Rio foi a melhor decisão que tomou na vida.

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