Caso do brigadeirão: cigana pode responder por crime de sequestro em MG
Suyany Breschak é suspeita de mandar internar o ex-companheiro em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos em Uberlândia, há dois anos
Apontada pela Polícia Civil do Rio como a mandante do assassinato de um administrador de imóveis com o brigadeirão envenenado, Suyany Breschak pode responder pelo crime de sequestro por ter tentado internar o ex-marido e a esposa dele à força em uma instituição para dependentes químicos em Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro. O inquérito do caso tramita na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Uberlândia, mas a investigação não foi concluído ainda porque Suyany não havia sido localizada.
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Com a repercussão do caso do brigadeirão e a prisão de Suyany, a Delegacia de Uberlândia enviará uma carta precatória para que ela seja ouvida e, em seguida, o inquérito seja concluído e remetido ao Poder Judiciário. Segundo o portal G1, a denúncia foi registrada por Orlando Ianoviche em 18 de agosto de 2022, na 4ª Delegacia de Polícia de Uberlândia. No relato à polícia, o ex-marido de Suyany disse que ele e a esposa foram abordados na BR-050 por quatro homens e obrigados a entrar em um carro e levados para uma residência. No local, descobriram que seriam levados para tratamento em uma clínica de reabilitação a pedido da mãe dele. Mas os homens mostraram a Ianoviche o número de telefone do qual tinham recebido a ligação. Segundo consta no boletim de ocorrência, o número da pessoa que se passara pela mãe dele era o de Suyany. Com a situação esclarecida, os funcionários da clínica devolveram os pertences do casal, que seguiu viagem para Uberaba, onde reside.
Suyany se apresenta como cigana e diz que a psicóloga Júlia Andrade Carthemol Pimenta, namorada de Luiz Marcelo Antônio Ormond, encontrado morto no dia 20 de maio, tinha com ela uma dívida de R$ 600 mil por “trabalhos espirituais”. Também presa, Júlia é suspeita de ter cometido o assassinato com o brigadeirão, supostamente preparado com 60 comprimidos de Dimorf triturados. A morfina é o princípio ativo do remédio, de tarja-preta, indicado para o alívio de dores intensas, que a psicóloga comprou no dia 6 de maio. Resíduos da substância foram encontrados no estômago de Ormond.
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O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), declarou nesta quarta (5) que considera Suyany Breschak a mandante do crime, o que a defesa de Suyany nega. Buss também falou sobre um suposto plano que tinha como objetivo afastar Júlia do então namorado, Jean, para que a psicóloga fosse morar com Ormond. Segundo o delegado, Júlia teria dito a Jean que aceitou uma proposta para ser babá, por 1 mês, dos filhos de uma mulher identificada como Natália. Mas Natália, de acordo com análises preliminares, é Suyany. Ela teria mandado fotos dos próprios filhos para Júlia, para que a psicóloga as encaminhasse a Jean como prova do “serviço”, pelo qual receberia R$ 11 mil.