O Ministério Público do Rio ofereceu denúncia contra o policial penal Marcelo de Lima por homicídio qualificado, por motivo torpe e fútil, impossibilitando a defesa da vítima, e tentativa de homicídio. O agente penitenciário é acusado de matar a tiros o cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta e ferir o fotógrafo Bruno Tonini de Moura, num bar nas imediações do Maracanã, após o primeiro jogo da decisão do campeonato estadual entre Flamengo e Fluminense, no dia 1º de abril, não por causa de uma fatia de pizza, como chegou a ser divulgado. Na denúncia, apresentada nesta terça (11) à 4ª Vara Criminal da capital, o promotor Fabio Vieira dos Santos escreve que os “crimes foram praticados por motivo torpe, em razão do inconformismo do denunciado com posições políticas expressadas pelas vítimas”.
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O caso aconteceu por volta das 23h, em um bar na Rua Isidro de Figueiredo, no Maracanã, próximo estádio onde horas antes acontecera o Fla x Flu. A confusão teria começado, segundo a denúncia do MP, após Marcelo “ficar xingando no meio de todos que ‘petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão’”. Segundo o promotor, testemunhas relataram que Thiago, tricolor, interpelou Marcelo sobre os xingamentos, o que causou um desentendimento entre ambos.
O policial penal, que é vascaíno, atirou em Thiago e, depois de matá-lo, disparou contra Bruno, acertando-o na barriga e no braço. Depois, tentou disparar contra a cabeça do fotógrafo, mas o tiro pegou de raspão. Bruno teria levado, ao todo, quatro tiros e, com isso, perdido o rim esquerdo, um pedaço do intestino delgado, do intestino grosso e do fígado, além do baço. Em nota divulgada nesta terça-feira (11), o Hospital Badim informou que ele permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e passou por uma extubação devido à melhora do estado de saúde.
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O texto da denúncia chama a atenção para o fato de que o agressor colocou em risco outras pessoas que estavam no local ao efetuar “disparos de arma de fogo em plena via pública, com grande número de pessoas circulando e confraternizando”. A denúncia pede ainda que o acusado seja levado a Tribunal Popular. Marcelo de Lima foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva após a audiência de custódia.