Berna Reale
Nome em ascensão na cena contemporânea brasileira, a artista paraense assina obras performáticas impossíveis de passar despercebidas

AVALIAÇÃO ✪✪✪
Nome em ascensão na cena contemporânea brasileira, a artista paraense assina obras performáticas impossíveis de passar despercebidas. Em 2009, ela ganhou notoriedade com Quando Todos Calam, trabalho no qual ficou uma tarde deitada, nua e coberta de carne crua, sobre uma mesa em frente ao mercado Ver-o-Peso, o maior de Belém. Estupefatos, os passantes viam os urubus das redondezas cercar o corpo de Berna, atraídos pelo alimento. Parte de sua produção única ? em nada semelhante ao estereótipo normalmente colado à arte regional brasileira ? pode ser conferida na individual Vazio de Nós, em cartaz no Museu de Arte do Rio. Nas paredes de uma sala são projetados cinco registros de performances realizadas entre 2011 e 2013 em Belém. Todas evocam algum tipo de violência, tema presente na atividade de perita criminal que Berna concilia com a carreira artística. Em Palomo (2012), ela sugere uma reflexão sobre o abuso de autoridade ao percorrer ruas quase vazias montada em um cavalo pintado de vermelho, envergando uma espécie de farda estilizada, o rosto protegido por uma focinheira. No mais desnorteante dos filmes, sem título e feito em 2011, dois sujeitos passeiam pela cidade carregando Berna, nua e amarrada a uma trave.
Museu de Arte do Rio. Praça Mauá, s/nº, Zona Portuária, ☎ 3031-2741. → Terça a domingo, 10h às 18h. R$ 8,00. Grátis às terças. Meia-entrada para estudantes de escolas particulares e universitários. De quarta a domingo, grátis para alunos e professores da rede pública, crianças de até 5 anos e pessoas com mais de 60 anos. Até domingo (8).
Atenção: devido às imagens fortes e cenas de nudez, a visita não é recomendada para menores de 14 anos