Homem morto após show de Wesley Safadão teria sido expulso por seguranças
Amigo de Gilsonei disse à Polícia que o barbeiro estava bêbado e foi empurrado para fora do festival Garota Vip após importunar uma mulher
Encontrado morto em um condomínio da Aeronáutica no ultimo domingo (20), Gilsonei Vasconcelos Xavier, de 35 anos, foi expulso do festival Garota Vip, que aconteceu ao lado, no Parque Olímpico, na Barra, por seguranças do evento. É o que contou à Polícia um amigo do barbeiro. Segundo ele, o fato aconteceu após Gilsonei mexer com uma mulher. O rapaz, que não foi identificado, contou em depoimento que o amigo estava embriagado e teria “enchido o saco da mulher”.
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No depoimento, o amigo do barbeiro contou não ter ido atrás de Gilsonei, mas disse que foi até a mulher importunada e perguntou se o amigo poderia retornar ao evento caso se comportasse. Segundo o depoente, ela concordou, mas os seguranças negaram o pedido. Apesar de não se recordar do horário, o homem conta que tudo aconteceu antes do show de Wesley Safadão — atração principal do festival. A mulher ainda deve ser ouvida pela polícia. Imagens de câmeras de segurança, solicitadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), podem ajudar a esclarecer o caso. O corpo de Gilsonei foi encontrado próximo a um muro de cerca de cinco metros de altura, do lado de dentro do condomínio, que fica a cerca de um quilômetro do Parque Olímpico, onde aconteciam os shows. A polícia ainda não sabe se ele tentou pular e caiu ou se teve o corpo jogado no local. A organização do festival diz que a empresa está colaborando com as autoridades.
De acordo com parentes do barbeiro, após a divulgação do caso, uma testemunha afirmou ter visto a vítima ser espancada por seguranças do evento. Segundo a investigação, vídeos divulgados nas redes sociais e apontados como sendo o momento em que Gilsonei é agredido são, na verdade, brigas paralelas que ocorreram durante o festival, e que não têm relação com o caso. O laudo preliminar da necropsia, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML), foi inconclusivo quanto à causa da morte, e exames complementares foram solicitados. O documento aponta lesões na face da vítima e indica que Gilsonei teve uma broncoaspiração. Além disso, a vítima também apresentava uma luxação no punho, o que pode indicar que tentou se apoiar durante uma suposta queda.
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Ouvido pelo jornal O Globo, Nelson Massini, perito forense e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), afirma que Gilsonei apresentava lesões na lateral do rosto — próximo à orelha direita —, além de uma mancha roxa na pálpebra e uma escoriação próxima ao olho esquerdo. Além disso, um galo foi encontrado em sua cabeça. “Mas essas lesões, sozinhas, não levariam à morte. O legista do caso não fechou o diagnóstico, porque as lesões não têm correspondência interna. Poderia estar drogado com bebida ou álcool, levou uma pancada e aspirou o vômito. Por isso, pedem o (exame) toxicológico. Temos que ter cautela, porque pode ser que o legista feche o laudo a qualquer momento. Pode ter levado um soco ou um chute no rosto, teve uma pancada na cabeça. Mas o cérebro não tem nada — explicou o perito forense.