Balões chegam a 60 metros de altura e podem custar até 20 mil reais
Mesmo sendo crime ambiental, baloeiros não se intimidam e divulgam tudo nas redes sociais; prática ameaça aeroportos e motiva investigação da polícia
Junho ainda nem chegou, mas a temporada de balões já começou no Rio, como se viu no Aeroporto Santos Dumont, onde dois deles caíram no espaço de uma semana, ameaçando a segurança de aeronaves e passageiros. Desde o início do ano, funcionários do terminal avistaram 69 dessas ameaças aéreas, como informa o jornal O Globo. Mesmo incorrendo em crime ambiental previsto por lei, grupos envolvidos com a prática não se intimidam e divulgam a soltura de balões pelas redes sociais. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) investiga a associação de quadrilhas de baloeiros com a milícia e o tráfico.
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Os artefatos, que podem chegar a 60 metros de altura (o equivalente a um prédio de 20 andares) e custar até R$ 20 mil, são produzidos com papel, cola, linhas de náilon, boca de arame, parafina e querosene para manter o fogo que produz o ar quente. Pendurados, fogos de artifício podem ser programados para explodir no ar. O tempo de produção de um artefato de 20 metros varia de seis meses a um ano, dependendo do nível de detalhes. Depois de soltos, são caçados pela cidade. Quem consegue capturá-los pode soltá-los de novo ou revendê-los. Em uma dessas perseguições, após um balão cair nas dependências do Galeão, em 2020, criminosos e policiais chegaram a trocar tiros. A gana por resgatar balões é alvo de disputas entre grupos.
Segundo investigações, as quadrilhas estão concentradas em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada, e em São Gonçalo, além das Zonas Oeste e Norte do Rio. Na semana passada, após receberem informações pelo Disque-Denúncia, agentes da DPMA fizeram ações em Nova Iguaçu, na Taquara e em São Gonçalo, onde foi apreendido um barco usado em operações de resgate. “Além dos riscos ao tráfego aéreo e terrestre, um balão pode cair em residências, atingir fiação, postos de gasolina, provocar explosões e mortes. Após a soltura, tudo pode acontecer, não há controle algum”, diz o delegado titular da DPMA, Wellington Vieira.
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As pessoas podem denunciar locais de fabricação e armazenamento de balões, comercialização, locais de soltura e grupos de baloeiros pelo Disque Denúncia, que lançou o Disque Balão, uma campanha sazonal do Linha Verde, que vai de abril a setembro. A denúncia pode ser feita anonimamente através dos telefones 0300 253 1177 e 2253-1177, assim como pelo aplicativo do Disque Denúncia RJ.