Azeite falsificado: como polícia descobriu fábrica clandestina no Rio
Golpistas reaproveitavam produtos de lotes recolhidos pelo Ministério da Agricultura, inclusive impróprios para consumo, e misturavam com óleo de soja
Com o preço nas alturas, o azeite virou alvo de falsificadores no Rio. A Polícia Civil fechou nesta quinta (7) uma fábrica clandestina do produto em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. Os item era vendido, em grande quantidade, para mercados do Rio. Agora, a polícia investiga se quem revendia nas prateleiras sabia do esquema ilegal.
Os golpistas reaproveitavam produtos de lotes recolhidos pelo Ministério da Agricultura, alguns inclusive impróprios pra consumo. Eram duas táticas: na primeira, máquinas misturavam 70% de óleo de soja com resto de azeite de má qualidade e criavam uma nova marca, engarrafavam e vendiam como se fosse um bom produto. Na segunda, azeite sem qualidade ganhava uma nova roupagem, com garrafa e rótulo novos.
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“Eles criaram uma marca inexistente, e qualquer pessoa comum, olhando no balcão, na prateleira do mercado, não vai conseguir perceber. Vai levar o produto falso, pagando um preço de um produto por outro”, disse o delegado Marco Castro ao RJTV, da TV Globo.
“Após as perícias e a identificação de todo esse material, a gente vai conseguir determinar que eles faziam dois tipos de operação, rotulando um produto já existente que deveria ter sido descartado e depois misturando produtos inferiores e rotulando e vendendo como um produto original de um azeite de marca”, descreve.
Foram encontrados quatro funcionários dormindo no galpão. Todos eram de Minas Gerais, foram presos em flagrante e autuados na 35ª DP (Campo Grande) por crime contra a economia popular. Após pagar fiança, eles foram liberados.
A investigação também quer saber se o azeite falsificado também fazia mal à saúde: vai pedir para que o Ministério da Agricultura analise as amostras apreendidas na fábrica, para saber o que, de fato, era usado, na mistura. O resultado deve ficar pronto em até 30 dias.
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“Para o consumidor, fica a dica: quem não tem expertise em um código, uma autorização da Anvisa, Ministério da Agricultura, procure ver marcas que já foram tidas como impróprias pelo ministério e publicadas pela imprensa, redes sociais, e não comprem essas marcas, porque podem trazer riscos pra saúde. Devem estar atentas não somente ao preço, porque às vezes pode sair mais caro até dar problemas de saúde”, frisou o delegado.