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Tem até filme

Cinema é a maior diversão. Pouco importa se na tela esteja passando um show, uma ópera, um jogo de futebol ou um longa-metragem

Por Renan França
Atualizado em 5 dez 2016, 15h36 - Publicado em 9 Maio 2012, 18h47
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lazer.jpg (Redação Veja rio/)
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Há duas semanas, os irmãos Luiz Gabriel e João Dias vestiram a camisa de seus times e, na companhia do amigo André Carvalho, foram ao jogo. Saíram de casa com boa antecedência, pois a partida era cercada de expectativa e eles queriam pegar um lugar com visão privilegiada do campo. Na bilheteria, escolheram assentos na parte alta e central das fileiras. Como é praxe nessas ocasiões, na entrada formaram-se rodas de bate-papo em torno dos craques e favoritos à vitória. Toda essa descrição cabe perfeitamente a um estádio de futebol, mas o local em questão é o Cinemark Botafogo, que exibiu diretamente da Espanha o duelo entre Real Madrid e Bayern, que classificou o time alemão para a decisão da Liga dos Campeões da Europa, torneio interclubes mais estrelado do planeta. Dentro da sala escura, o clima era de arquibancada, com direito a gritos de apoio – como se os jogadores pudessem ouvir -, a provocações de parte a parte e à explosão típica na hora do gol, acompanhada por uma chuva de pipoca. “É uma experiência incrível”, diz, extasiado, Luiz Gabriel, torcedor do Chelsea, a outra equipe finalista da competição, que será transmitida por cines das redes UCI e Kinoplex Severiano Ribeiro no dia 19.

Em busca de seduzir um novo público, os cinemas cariocas diversificam sua programação e abrem espaço para partidas de futebol, combates de MMA, apresentações de balé, concertos, shows e óperas. Só no ano passado, cerca de 40?000 pessoas foram a essas sessões alternativas em cartaz na cidade, boa parte delas com atrações exibidas em tempo real. Viabilizada pela tecnologia de projeção digital, a primeira transmissão via satélite foi realizada em Nova York, em 2000. A novidade desembarcaria no Brasil oito anos depois, com um espetáculo do Balé Bolshoi. Na Copa do Mundo de 2010, os jogos da seleção brasileira encheram os cinemas e chamaram a atenção do público para a nova utilização das salas. Com a transmissão de espetáculos líricos e de música clássica, a programação ganhou consistência. No início, eles eram exibidos ao vivo, mas, devido às constantes quedas de imagem, esse tipo de transmissão foi suspenso. Ainda assim, essas exibições não deixaram de ser concorridas. A próxima atração do gênero a entrar em cartaz é O Tríptico, de Giacomo Puccini, em montagem da Royal Opera de Londres, agendada para os dias 12, 13 e 15 pela rede Cinemark. Ao contrário da balbúrdia reinante nas partidas de futebol, o ambiente é bem mais austero nas óperas. No intervalo entre os atos, os espectadores aproveitam para se alongar e dar uma caminhada pelos corredores. “A iniciativa é ótima”, elogia a aposentada Helena Neiva. “Só que não deveria ser permitido o consumo de alimentos.” Barulho, só o dos barítonos e tenores.

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