Assassino de Marielle Franco queria “milícia para chamar de sua” no Rio
Ronnie Lessa contou à polícia que tinha planos de invadir e lotear um grande terreno próximo ao shopping Uptown
O ex-policial Ronnie Lessa, quando aceitou a missão criminosa de assassinar a vereadora Marielle Franco, tinha como objetivo futuro o controle do alto faturamento em área da Gardênia Azul, na Zona Oeste, estimado em cerca de R$ 1,4 milhão por ano, obtidos com a exploração de venda de água, transporte clandestino e transmissão ilegal de TV a cabo, além das taxas de segurança.
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Em sua delação, Lessa afirmou que queria deixar de atuar em Rio das Pedras, região controlada por Adriano da Nóbrega, para ter seus próprios domínios na milícia. Ele tinha planos de invadir um terreno vizinho ao shopping Uptown, próximo à Gardênia Azul, e prometeu remunerar o comparsa Élcio de Queiroz com lotes na região.
O ex-policial classificou como milionário o projeto imobiliário ilegal, mas contou que as principais fontes da receita criminosa viriam da exploração de serviços como TV a cabo ilegal, gás e transporte alternativo, seguindo a cartilha das milícias no Rio.
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O referido terreno pertenceu à prefeitura, uma área que era reservada para a construção de uma nova rua, e chegou a ser ocupada, mas o município conseguiu retirar os invasores. Nos últimos anos, a comunidade da Gardênia se expandiu e a prefeitura, segundo o jornal O Globo, decidiu vendê-lo a particulares, em processo administrativo que está em curso. A prefeitura afirma que está levantando informações sobre o terreno.