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Ruínas do Cassino da Urca vão abrigar a expansão do IED Rio

Suntuoso prédio vai ser tonar palco teatral e laboratório de artes e design

Por Renata Magalhães
Atualizado em 2 jun 2017, 12h00 - Publicado em 29 ago 2016, 12h52
Cassino da Urca
Cassino da Urca (Selmy Yassuda/Veja Rio)
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Vindo de temporada em São Paulo, o tarimbado ator Renato Borghi procurou, no Rio, outro espaço surpreendente para encenar Fim de Jogo, adaptação da obra de Samuel Beckett — na capital paulista, ele estreou na sala de seu apartamento. Quem for assistir ao espetáculo, que começa na quarta (31), verá que Borghi acertou em cheio: seu personagem, o velho e alquebrado Hamm, vai circular pelas ruínas do Cassino da Urca, palco por onde, nos anos 30 e 40 do século passado, apresentaram-se, entre muitos outros, estrelas do quilate de Carmen Miranda, Bing Crosby e o “rei da Rumba” Xavier Cugat. O público também era recheado de personalidades nacionais e estrangeiras, a exemplo do presidente Getúlio Vargas e dos cineastas americanos Orson Welles e Walt Disney. A elogiada peça de Borghi é um pequeno passo, mas o primeiro de um longo caminho rumo à recuperação desse marco histórico.

Cassino da Urca
Cassino da Urca ()

Escola internacional com unidades na Itália, na Espanha e no Brasil, o Istituto Europeo di Design inaugurou seu endereço carioca no imóvel em 2014. A parte à beira da praia, onde funcionavam três salões de jogos, havia sido remodelada depois de três anos de reforma. A fase dois será a recuperação do prédio do outro lado da rua, o pedaço mais impressionante do complexo tombado onde o Cassino da Urca viveu seu auge, de 1936 a 1946, e a pioneira TV Tupi funcionou entre 1950 e 1980. Sugestão: não se acanhe se o texto de Beckett parecer um tanto impenetrável. Aproveite a sessão para olhar em volta. Vestígios do fausto de outrora foram revelados depois de uma faxina que encheu de entulho quatro caminhões. O piso de mármore, o palco gigante onde as atrações se sucediam, levadas à cena por plataformas móveis, e o balcão imponente são testemunha daquele passado de glória.

Cassino da Urca
Cassino da Urca ()

“Tudo isso vai ser restaurado”, avisa o italiano Fabio Palma, diretor do IED Rio. As obras foram autorizadas pelo Corpo de Bombeiros e o orçamento, de 27 milhões de reais, será coberto pelos cofres da instituição e por captação através da Lei Rouanet. O trabalho pode durar até 2022, mas Palma calcula que, em dois anos, já haverá mudanças visíveis. Espetáculos, oficinas de design e exposições prometem abastecer a programação local. “Esse espaço será uma evolução da escola, um centro de inovação em design, economia criativa e sustentabilidade”, diz o diretor. Por enquanto, a dica é curtir Beckett segundo Renato Borghi, em meio a vestígios de uma época magistral.     

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