Até 2100, faixa de areia de Copacabana vai encolher 100 metros, estima UFRJ
Devido ao aumento do nível dos oceanos, a orla da Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas estão sujeitas a inundações

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indica uma significativa redução da largura da faixa de areia e períodos de inundação prolongados nas próximas décadas no entorno da Baía de Guanabara. Os dados do estudo, que analisou o impacto da subida do Oceano Atlântico do Centro da cidade ao Leblon, foram divulgados nesta quarta (2), pelo jornal O Globo.
A Praia de Copacabana perdeu, nos últimos dez anos, 10% da faixa de areia e, até 2100, até 100 metros da faixa de areia podem sumir no bairro.
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Já em Ipanema e no Leblon, as perdas são de aproximadamente 80 metros e, em Botafogo, até 70 metros. Ainda de acordo com a pesquisa, devido ao aumento do nível do mar, a orla da Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas estão sujeitas a inundações maiores e, em alguns pontos, permanentes.
A pesquisa se apoiou no cenário mais otimista da elevação da temperatura média da Terra até 2100, como prevê o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A elevação dos oceanos se dará por causa do aumento da temperatura da Terra e o consequente degelo das calotas polares.
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Se o planeta aquecer 2 graus Celsius acima da média do período pré-industrial (1850-1900), o mar subirá, em média, cerca de 75 centímetros. O problema é que, no ritmo atual de aquecimento e emissões de gases do efeito estufa, o cenário otimista fica mais distante. O ano passado foi o mais quente já registrado globalmente na História pela Nasa e pelo Serviço Europeu do Clima Copernicus, e 2025 segue com médias altas. Até o fim do século, a Terra pode estar 4 graus mais quente.
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Os pesquisadores da UFRJ explicam que o mar não subirá de uma só vez, mas de forma gradual, cerca de 7,5 milímetros por ano. O maior efeito da elevação do oceano é agravar as consequências de ressacas, tempestades e marés altas.