Após nove meses internado na UTI da Clínica São Vicente, o ex-deputado federal David Miranda morreu na manhã desta terça (9), um dia antes de fazer 38 anos, em consequência de uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal. Miranda deixa o marido, o jornalista Glenn Greenwald, com quem vivia há 18 anos, e três filhos, João, Jonathas e Marcelo. O corpo do político será velado nesta quarta (10) na Câmara de Vereadores do Rio, no Centro.
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“É com a mais profunda tristeza que eu comunico a morte do meu marido, David Miranda. Ele iria fazer 38 amanhã. Sua morte, no início desta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em paz, cercado por nossos filhos, pela família e por amigos”, escreveu Glenn nas redes sociais.
David Michel dos Santos Miranda nasceu em 10 de maio de 1985. “A mãe dele morreu quando ele tinha 5 anos, deixando órfão no Jacarezinho”, disse Glenn em uma postagem. “Mas uma vizinha, Dona Eliane, o adotou, apesar de já ser mãe de 4 e da extrema pobreza. Isso lhe deu uma oportunidade de vida”, narrou. Antes da política, foi jornalista e estrategista de marketing. Primeiro gay eleito para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, pelo Psol, ele assumiu uma vaga na Câmara de Deputados, em Brasília, após a renúncia de Jean Wyllys. O ex-deputado foi internado no dia 6 de agosto de 2022 para tratar uma infecção gastrointestinal, e foi alvo de infecções sucessivas, entrando em um quadro de septicemia.
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Em março, Glenn fez um relato longo e emocionante sobre os meses de internação do marido. “Desde a primeira semana, houve três ocasiões em que seus médicos me ligaram e nos disseram para nos prepararmos para o pior, que suas chances de sobrevivência nas próxima 48 a 72 horas eram muito baixas, quase impossíveis. Nem vou me dar ao trabalho de tentar explicar como é ter que dizer a seus filhos, à família e aos melhores amigos de seu marido que é hora de ir para o hospital pelo que provavelmente será a última vez”, disse Glenn na época. Na ocasião, Glenn disse ainda que o marido se mantinha “a maior parte do tempo acordado” e conseguia conversar, “apesar da traqueostomia que teve que fazer”. Miranda, no entanto, já dependia de um ventilador para assistência respiratória.