Alvoradas de São Jorge homenageiam papa Francisco

Festa começou antes do amanhecer desta quarta, nos bairros de Quintino Bocaiúva, Realengo e Centro. Celebrações homenagearam o pontífice

Por Elisa Torres
23 abr 2025, 14h44
Igreja de Quintino reúne fiéis no Dia de São Jorge
Fiéis se aglomeram no início da manhã desta quarta-feira (23) na Igreja de São Jorge, em Quintino (Rafael Catarcione/Prefeitura/Divulgação)
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As celebrações pelo Dia de São Jorge nesta quarta-feira (23), feriado no Rio, foram marcadas pela emoção e por homenagens à memória do papa Francisco, que morreu na segunda (21). A aglomeração de fiéis começou ainda de madrugada nas três igrejas da cidade com programação dedicada às celebrações: a Matriz de São Jorge, em Quintino Bocaiúva;  a  Paróquia São Jorge, em Realengo; e a Igreja dos Gloriosos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Centro. Em Quintino, antes da alvorada com fogos, o padre responsável pela celebração deixou uma mensagem esclarecendo que a festa foi adaptada por conta da morte do pontífice, que tinha o mesmo nome do santo: Jorge Mario Bergoglio.

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Imagem de São Jorge dentro da Igreja do Padroeiro, na Rua da Alfândega, Centro
A imagem do Santo Guerreiro: fiéis se aglomeram em torno da imagem de São Jorge, na Igreja dos Gloriosos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Centro (Luciola Villela/Divulgação)

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No Centro, pouco antes das 4h, uma multidão já tingia de vermelho e branco a Avenida Presidente Vargas, enquanto uma longa fila se formava diante da igreja do padroeiro, na Rua da Alfândega, para a visita à imagem histórica do santo.

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Grupo de amigos na Avenida Presidente Vargas, no Centro
O figurino da celebração: fiéis usando trajes de personagens da umbanda e do candomblé se reúnem na festa de São Jorge (Luciola Villela/Divulgação)

Malandros de umbanda com seus trajes de linho, chapéus, anéis e guias no pescoço se uniram a grupos de músicos e devotos de todas as idades com velas, fitas vermelhas e imagens do santo nas mãos.  Às 4h30 teve início a programação no palco principal montado em frente à Biblioteca Parque. Uma oração coletiva foi seguida por honras militares e pela tradicional alvorada solene, que anunciou oficialmente o início das comemorações.

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A  primeira missa campal do dia foi celebrada pelo padre Wagner Toledo, tenente-coronel capelão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, que comandou a oração de São Francisco, em homenagem ao pontífice argentino. Em tom emocionado, ele destacou a simbologia da data neste ano especial, lembrando o legado espiritual de Francisco.

“Ao homenagearmos São Jorge, também nos unimos em oração pelo papa Francisco, que deixa um rastro de amor, humildade e compromisso com os pobres”, afirmou. Ao lado do altar, um quadro com a imagem do papa permaneceu exposto durante toda a celebração.

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Ao fim da missa, o cantor Jorge Ben Jor, devoto do santo e presença constante na festa do dia 23 de abril, cantou “Jorge da Capadócia”, emocionando os fiéis.  O entorno da Praça da República foi tomado por grupos de músicos que entoavam cânticos do candomblé e pontos de umbanda.

Um dia inteiro de celebrações

Por toda a cidade, as atividades religiosas e culturais estão programadas para durar o dia inteiro. Queima de fogos, show de luzes, procissões e missas estão previstas na programação das três igrejas dedicadas ao santo.  Centros culturais, quadras de escolas de samba e restaurantes terão a tradicional feijoada ao som de rodas de samba.

Santo católico, orixá guerreiro

Na tradição católica, São Jorge é conhecido como padroeiro dos soldados, cavaleiros, escoteiros, esgrimistas e arqueiros — símbolo da luta contra o mal e guia protetor nas batalhas espirituais e do cotidiano. Sua lenda mais famosa, a do dragão, retrata a vitória da fé e da coragem sobre o medo e a injustiça.

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No Rio, São Jorge também é Ogum — orixá da guerra, do ferro e dos caminhos, cultuado no candomblé e na umbanda. Entre velas, fitas vermelhas, sambas, incensos e multidões vestidas de vermelho e branco, São Jorge continua sendo uma das figuras mais queridas do imaginário carioca — seja como santo, orixá ou símbolo de luta e proteção.

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