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Sem aulas, alunos da Escola de Teatro Martins Penna clamam por reformas

Estudantes fazem ato de defesa à escola técnica nesta quinta (9). Estrutura do casarão centenário, interditado na última terça (7), corre risco de desabar

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 mar 2023, 13h56 - Publicado em 9 mar 2023, 13h54

Infiltrações, mofo, infestações de cupins e desníveis no assoalho — esses são alguns dos problemas estruturais graves denunciados por alunos da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna, situada no Centro do Rio. Os estudantes iniciaram um movimento para cobrar reformas na instituição centenária, que compõe o quadro de unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). Na última terça (7), a escola foi interditada pela Defesa Civil. As aulas permanecem suspensas por tempo indeterminado.

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O Teatro Luiz Peixoto, que fica dentro da instituição, está interditado devido a um problema com cupins, que gera o risco de seu mezanino ceder e desabar. Já a biblioteca está fechada por conta da contaminação por ratos. Uma rachadura crescente na sala Claudinete, no segundo andar, também mostra o quanto a estrutura do local está prejudicada. Há ainda uma sacada da construção que pode cair.

A escola ocupa um casarão histórico do século XIX na Rua Vinte de Abril, número 14, onde nasceu o Barão do Rio Branco. Em manifesto, os estudantes denunciam o descaso, não somente do Governo do Rio e da Rede Faetec, como do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tombou o casarão na década de 1930.

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Os estudantes afirmam que as negociações com os órgãos responsáveis ainda estão em processo, mas que há urgência para resolução do problema. “Decidimos que não podemos mais esperar sentados por uma ação da Faetec ou do Iphan. Queremos respostas rápidas. Ir para escola sem nos preocupar com a possibilidade do prédio desabar em cima da gente”, afirma Guilherme Gelain, aluno da Martins Penna e um dos interlocutores do movimento em defesa da instituição.

Segundo o estudante, o foco agora é conseguir um lugar provisório para que as aulas deste semestre tenham continuidade e mobilizar o início das obras no antigo casarão. “Queremos que respeitem a escola de teatro mais antiga da América Latina e que ela continue de pé por muitos mais anos”, reforça. Nesta quinta (9), os estudantes participam de um ato de defesa em frente à instituição.

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Artistas também têm se manifestado sobre o caso, como a atriz Bruna Linzmeyer, que participou de um curta-metragem de 2021 com cenas gravadas na unidade. “A Martins Penna é a primeira escola pública de teatro do Brasil que nos acolheu com todo o afeto para os ensaios do filme Paciência Selvagem. É grave e revoltante o descaso com ex-alunes que trazem à tona o comprometimento estrutural do prédio que abriga a escola”, publicou.

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Ao ser questionada, a Faetec respondeu que a atual administração verificou uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para continuar as obras da escola e que um estudo de prospecção já estaria em processo de contratação. A rede também disse que conta com um prédio reformado para atender os alunos do último modulo do curso. Na quarta (8), uma reunião com a comunidade escolar foi marcada para discutir sobre as opções de espaço que melhor atenderiam às disciplinas de artes cênicas. “Cabe ressaltar que a administração da Faetec está empenhada a solucionar os problemas, considerando legítimas as reivindicações dos alunos e a importância da cultura e da escola na história da Fundação”, finaliza a nota. O Iphan não se pronunciou sobre o caso.

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Fundada em 1908, tendo ocupado inicialmente o Theatro Municipal do Rio, a Martins Penna é a primeira escola pública de teatro do Brasil. A instituição conta com o curso regular de formação técnica em Teatro, com duração de dois anos e meio, e uma programação que trazia seminários, oficinas livres, encontros, entre outras ações ligadas ao mundo artístico. Ao longo da sua existência, passaram por suas salas de aula artistas como Procópio Ferreira, Joana Fomm, Denise Fraga, Armando Babaioff, entre outros, além de nomes como José Wilker e Cecília Meireles em seu corpo docente.

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