Coisa de cinema! Advogado usou máscara realista para furto em Niterói
Apontado como autor intelectual da ação, Alexandre Ceotto foi candidato à vice-prefeitura da cidade vizinha ao Rio e está foragido

Este é um daqueles casos em que, se fosse uma história de filme, alguns espectadores considerariam ‘forçação de barra’. Mas aconteceu em Niterói, na Região Metropolitana.
A polícia afirma que o advogado criminalista Luís Maurício Martins Gualda invadiu um apart-hotel localizado na cidade, em 7 de fevereiro, deste ano, para furtar pertences de um morador. Para não ser identificado, o advogado usou uma máscara realista, com uma falsa careca, além de óculos escuros, luva e um terno.
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As câmeras de segurança mostram o homem entrando no prédio de luxo, dando a entender que falava ao telefone. Gualda chegou ao apartamento, arrombou a porta e furtou oito relógios, avaliados em 80 000 reais. A ação levou cerca de 18 minutos.
No depoimento que prestou aos agentes, Gualda afirmou que pagou cerca de 1 800 reais na máscara, adquirida pelo site internacional e-Bay. Após cometer o crime, ele picotou o apetrecho e se livrou jogando no lixo orgânico do prédio.
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O advogado afirma que o mandante do crime é o empresário Alexandre Ceotto, ex-subsecretário no governo Wilson Witzel e ex-diretor do Instituto Rio Metrópole no governo Cláudio Castro. Ele também foi candidato a vice-prefeito de Niterói em 2020 e já é considerado foragido.
A prisão de Ceotto foi pedida pelo Ministério Público. Segundo investigadores, ele foi ao trabalho da vítima para intimidá-la, dias atrás. Os promotores tiveram acesso às imagens do empresário procurando o dono do imóvel invadido pelo ladrão. Nesta terça (13), Ceotto foi alvo de busca e apreensão e, em seguida, a Justiça concedeu o mandado de prisão.
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Não há legislação no Brasil que restrinja a venda de máscaras realistas, mas o seu uso pode ser considerado ilegal quando associado a atividades criminosas. A importação de máscaras realistas também pode estar sujeita à fiscalização da Receita Federal e da Polícia Federal, especialmente se houver indícios de que o produto será utilizado para fins ilícitos.
A defesa de Gualda diz que ele já colaborou e vai continuar colaborando e que vai buscar o acesso pleno aos autos para prestar outros esclarecimentos.