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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Você sabia que o vinho do Porto era seco?

A caracterização do vinho do Porto que conhecemos hoje, com cerca de 20% de álcool e doce, demorou séculos para tomar forma.

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Atualizado em 18 abr 2018, 09h23 - Publicado em 18 abr 2018, 09h23

Por Marcelo Copello (trecho do livro “Os Sabores do Douro e do Minho” Editora Senac-SP)

Você sabia que o vinho do Porto, em seus primórdio, era seco?

A caracterização do vinho do Porto que conhecemos hoje, com cerca de 20% de álcool e doce, demorou séculos para tomar forma.

No passado, sempre coexistiram entre os vinhos do Douro, os secos e os mais ou menos doces, todos chamados de Vinho do Porto. Inicialmente os vinhos do Douro eram fortificados apenas para suportar as viagens. Quando começou a ser fortificado no século XVII, o Porto levava 13 a 18 litros de aguardente por pipa (de 550 litros), o que não o tornava doce. O que aos poucos impôs a doçura foi o já relatado “gosto inglês” (leia em: https://www.marcelocopello.com/post/a-influencia-inglesa-no-vinho-do-porto ). O “benefício” , ou adição de aguardente, passou a ser feito durante a fermentação, preservando a doçura natural do vinho, e as quantidades de aguardente utilizadas foram crescendo ao longo dos anos até alcançar os 110 litros atuais.

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Joseph James Forrester (1809-1861), foi um escritor, acadêmico e artista. Forrester foi o primeiro a cartografar o rio Douro e a região, e a criar mapas que viriam a se tornaram referência. Ele desenvolveu também numerosos estudos de viticultura e deixou uma importante obra gráfica (pintura, desenhos e esboços), embebida em paixão pelo Douro e seu vinho. A contribuição de Forrester para o desenvolvimento da região valeu-lhe o título de Barão.

Produtor de Vinho do Porto, proprietário da Porto Offley, e autor de vários livros sobre o assunto, o Barão era o mais notório entusiasta do “Porto seco”. Apesar de cidadão inglês ele defendia um vinho seco, com pouca ou nenhuma aguardente, enquanto seus compatriotas clamavam por vinhos doces, retintos e encorpados, estilo que aos poucos foi se impondo.

O Vintage 1820 – ano excelente e fora do comum, era encorpado, mais doce que o usual e teve enorme aceitação. Este Vintage é considerado por várias fontes como o arquétipo do Vinho do Porto que bebemos hoje. Já existiam Portos doces antes de 1820, mas não era o mais comum. O  “estilo 1820”, mais doce, passou a ditar padrão e aos poucos o Porto passou a ser sinônimo de vinho doce.

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