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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Qual o melhor rosé do mundo?

Por Marcelo Copello   Poucos vinhos no mundo têm seu consumo tão associado ao em torno quando os rosés da Provence são aos balneários da Côte d´Azur, no sul da França. Lá o vinho rosé é estilo de vida, um vin de plaisir (vinho de prazer). Não por acaso, a Provence é especializada na produção […]

Por marcelo
Atualizado em 25 fev 2017, 17h18 - Publicado em 8 nov 2016, 10h21

Por Marcelo Copello

 

Poucos vinhos no mundo têm seu consumo tão associado ao em torno quando os rosés da Provence são aos balneários da Côte d´Azur, no sul da França. Lá o vinho rosé é estilo de vida, um vin de plaisir (vinho de prazer). Não por acaso, a Provence é especializada na produção de vinho rosé, que corresponde a 88% da produção total da região. O perfil destes vinhos é sempre jovem, leve, fresco, desomplicado e alegre. A qualidade média é muito boa, mas raros são os que buscam a excelência, já que demanda é por simplicidade. Em recente viagem ao sul da França visitei o crème de la crème, dois ícones que mostram até onde pode chegar a qualidade dos vinhos rosados – Domaines Ott e Château d´Esclans.

Panoramica Chateau dEsclans

 

Domaines Ott

Fundada em no século XIX por Marcel Ott, a Domains Ott (www.domaines-ott.com) foi comprada em 2004 pelo Grupo Roederer, mesmo que detém marcas como os Champagnes Cristal e Deutz, e Ramos PInto em Portugal. Na direção da empresa contudo ainda estão alguns membros da família, como Jean-François Ott, que nos recebeu no Clos Mireille, uma das três propriedades da empresa, além dos Château de Selle Couer e Château Romassan.

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Jean-François Ott

 

As três propriedades, que somam quase 200 hecatres, produzem um portifolio extenso mas a produção não é grande, 700 mil garrafas, 50% expostadas. Segundo Jean-François Ott a demanda por exportar mais é grande, mas estratégicamente a empresa matém metade de sua produção no mercado doméstico, pois a Côte d´Azur é importante vitrine para eles.

 

O Clos MIreille fica literalmente na beira da praia e tem vinhedos a poucos metros do mar, com solos de argila com xisto, expostos à muito vento e umidade, terroir fundamental para produção de grands rosados. Veja o box sobre como são elaborados os rosados provençais e abaixo a prova feira no local:

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ROSADOS

Rosé Coeur de Grain Clos Mireille 2013, Côtes de Provence

Elaborado com vinhas jovens de Grenache, Cinsault e Syrah. Cor de pêssego muito clara, quase um branco. Aroma delicado com notas de melão, rosas, pâssegos. Paladar de deliciosa acidez, crocante, equilibrada com boa maciez, 13,5% de álcool, longo e delicioso.

Nota: 91 pontos

 

Rosé Coeur de Grain Château de Selle 2013, Côtes de Provence

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Elaborado com vinhas de 20 anos de Granache (dominante) e pequenas parcelas de Cinsault, Cabernet Sauvignon e Syrah. Cor ligeiramente mais rosada que o anterior, igualmente clara  com tons de pessego. Aroma com mais especiarias e uma nota picante e notas de ervas frescas. Palato fresco e com ótima acidez, embora ligeiramente mais baixa que o anterior, 13% de álcool. mais estrutura, mais profundidade e largo,

Nota: 92 pontos

 

Rosé Coeur de Grain Château Romassan 2013, Bandol

Elaborado com 60% Mourvèdre, Cinsault e um pouco de Grenache.  Um rosé da região de Band, famosa por seus tintos e rosados mais estruturados e gastronômicos. Aroma um pouco mais sério e fechado, frutado, com frutas mais maduras, especiarias e uma nota terciária. Paladar de leve a médio corpo, com 13%de álcool, acidez marcada. O rosé mais estruturado da prova, com um toque de rusticidade. Um rosé de inverno ou para a mesa.

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Nota: 89 pontos

 

Rosé Coeur de Grain Château Romassan 2010, Bandol

Elaborado com 60% Mourvèdre, Cinsault e um pouco de Grenache. Cor pessego mais carregado, ainda claro. Aroma bem mais denso e intennso que o 2013, mais rico, com notas de evolução. Paladar macio, 13% de álcool, acidez mais baixa, cai um pouco no final, um rosé maduro, mas  ainda está equilibrado e delicioso.

 

Rosé Coeur de Grain Château de Selle 2008, Côtes de Provence

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Elaborado com vinhas de 20 anos de Granache (dominante) e pequenas parcelas de Cinsault, Cabernet Sauvignon e Syrah.  Cor alaranjada, tangerina. Aroma rico, de pêssegos bem maduros, flores secas. Paladar bem mais macio, 13,5% de álcool, mais equilibrado e longo que o Château Romassan 2010. Já um pouco oxidado, está decaindo, mas com dignidade.

 

BRANCOS

Blanc de Blancs Clos Mireille 2013, Côtes de Provence

Elaborado com 70% Sémillon e 30% Rolle (Vermentino). Palha claro e brilhante, aroma frutado, frutas maduras tostadas de sol, muito frescor,com nota salgada. Paladar leve, 12,5% de álcool,quase magro, ao mesmo tempo tem acidez e é longo e equilibrado,

Nota: 86 pontos

 

Blanc de Blancs Clos Mireille 2012, Côtes de Provence

Elaborado com 70% Sémillon e 30% Rolle (Vermentino).  Parece bem mais maduro que o 2013, além de 1 ano mais velho é de uma safra mais quente. É  fermentado em mandeirae esta aparece mais aqui que na safra 2013.Paladar bem levinho, mas ao mesmo tempo tem estrutura e aciedz, é longo e equilirbado, com a mesma nota salgada.

Nota: 88 pontos

 

 

TINTOS

Rouge Bandol Château Romassan 2010, Bandol

Elaborado com 95% mourvedre,de vinhas velhas (mais de60 anos),com pequenas quantidades de Cinsault, Grenache e Syrah. Rubi-granada entre claro e escuro. Nariz intenso e selvagem, anunciando um paladar austero, com notas de fruta ácida,madeira, muitas especiarias, nota animal de carne. A boca não corresponde ao anunciado no nariz, é macio, encorpado, com acidez  moderada, 12,5% de álcool.

Nota: 85 pontos

 

Rouge Bandol Château Romassan 2011, Bandol

Elaborado com 95% mourvedre,de vinhas velhas (mais de60 anos),com pequenas quantidades de Cinsault, Grenache e Syrah. Rubi violáceo entre claro e escuro. Aroma de fruta mais madura, nota animal de caldo de carne, muitas especiarias, ervas aromáticas. Paladar com muitos taninos ainda novo, 14% de álcool, nervoso, secante, deve envelhecer bem.

Nota: 88 pontos

 

 

Château d´Esclans

Panorâmica Chateau dEsclans

 

Sacha Lichine é figura bem conhecida no trade de vinho. Este bordelês (sua família detém o Chateau Prieuré-Lichine) foi educado nos EUA e tem como lema “life show be easy to dirnk” (a vida deveria ser fácil de beber). Seus muitos sucessos como empreendedor incluem ter elevado o rosé ao luxo, através de uma de seus projetos, o Château d´Esclans. A pripriedade é muito antiga, remontando ao século XIII, mas atual construção em estilo de vila toscana em plena Provence é mais recente, do século XIX. No chateau há uma capela e nela, acima do altar, a estátua de dois anjos sussurando (veja a foto) . Estes anjos inspiraram o nome e rótulo do rosé Whispering Angel (anjo sussurante), best seller da empresa. O estilo geral é de rosés modernos, com muita fruta, madeira, alto preço, sem perder a qualidade e elegância. Veja a prova feira no Château.

 

 

Whispering Angel 2013 (Interfood, https://www.todovino.com.br)

Elaborado com Grenache, Cinsault, Rolle (Vermentino), Tibouren, Syrah, Carignan e Mourvèdre. Cor de rosa muito clara. Aroma expressivo, com notas de frutas vermelhas doces,  florais, rosas, violetas. Paladar macio, longo, com algum açúcar residual, com acidez boa, longo, muto bem elaborado, ótimo para aperitivo.

Nota: 88 pontos

 

Château d´Esclans 2013 (Interfood, https://www.todovino.com.br)

Elaborado com Grenache, Rolle (Vermentino), Syrah, Tibouren e Cinsault. Parte do mosto é fermentado em barris de carvalho de 600 litros e o restante em tonéis de inox. Cor de rosa, claro. Aroma intensoe fresco, com notas de mandeira, frutas vermelhas maduras, especiarias doces. Paladar leve e estruturado por acidez presente, muito boa, macio, sente-se taninos. Tem estrutura, frescor e muita personalidade.
Nota: 90 pontos

 

Les Clans 2013 (Interfood, https://www.todovino.com.br)

Elaborado com Grenache e Rolle (Vermentino) de vinhas velhas. De cor muito clara, quase um vinho branco, brilhante. Nos aromas também lembra um vinho branco, com noras de frutas brancas maduras, pêra, notas de mandeira, frutas vermelhas, florais. Paladar de ótima estrutura, bom volume de boca, largo, percebe-se os taninos, com boa maciez, equilibrada com ótma acidez, longo. Excelente, impressiona.

Nota: 92 pontos

 

Garrus 2012 (não disponível no Brasil)

Elaborado com Grenache de vinhas velhas e Rolle (Vermentino), com 10 meses em barricas.

Este éo topo de gama da empresa, de produção muito pequena e preço alto. Cor rosa claro com notas alaranjadas. Aroma muito fino, no qual a madeira aparece bem integrada e delicada, com notas de brioches, que lembram um champange sem as bolhas. Paladar de firme leveza,  acidez-maciez em perfeito equilíbri.  É menos expressivo e volumos  que o Les Clans, mas chama a atenção por sua equação perfeita entre delicadeza e estrutura.

Nota: 93 pontos

 

Leia amanha um post sobre como fazer vinhos rosé com detalhes que você nunca imaginou

 

 

 

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