Imagem Blog

Vinoteca Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
Continua após publicidade

Feliz Aniversário Ferreirinha

Por Marcelo Copello   Hoje dia 4 de julho comemora-se no mundo todo, principalmente em Portugal, os 202 anos do nascimento de Antonia Adelaide Ferreira, mais conhecida como Ferreirinha   Dona Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896) foi a grande dama e maior personalidade do Vinho do Porto, alcunhada pelos seus concorrentes como “primeiro homem do Douro”.   A […]

Por marcelo
Atualizado em 25 fev 2017, 19h03 - Publicado em 4 jul 2013, 13h46

Por Marcelo Copello

 

Hoje dia 4 de julho comemora-se no mundo todo, principalmente em Portugal, os 202 anos do nascimento de Antonia Adelaide Ferreira, mais conhecida como Ferreirinha

 

Dona Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896) foi a grande dama e maior personalidade do Vinho do Porto, alcunhada pelos seus concorrentes como “primeiro homem do Douro”.

 

A “Ferreirinha”, como era mais conhecida, ficou viúva aos 33 anos de um negociante português,  proprietário de vinhedos, António de Bernardo Ferreira, que foi morto pelas tropas de Napoleão ao ser confundido com um desertor por lhes dirigir a palavra em francês impecável.

Continua após a publicidade

 

A rica viúva, com 3 filhos, ao invés de ficar tranqüila em sua confortável casa do Porto, surpreendeu ao assumir os negócios do marido e se instalar no inóspito Douro. Dona Antónia construiu um legado inestimável, recebendo o justo apelido de “rainha do Douro”. A Ferreirinha tornou-se importante, tão importante que o poderoso Duque de Saldanha propôs que seu filho contraísse matrimônio com a filha de tão distinta senhora, Maria d`Assunção, de apenas 11 anos. Dona Antónia recusou o convite, alegando a tenra idade da filha e a vontade de que fosse ela a escolher o próprio marido. O Duque, contrariado, mandou então raptar a menina, mas a Ferreirinha fugiu com ela, ambas disfarçadas de camponesas, para a Espanha e de lá para Londres. Durante este exílio, em 1856, a viúva se casou de novo, desta vez com seu secretário, Francisco José da Silva, que viria a deixá-la novamente viúva em 1880.

 

Outro “causo” que evidencia o espírito empreendedor desta senhora aconteceu em 1868, um ano de excelente colheita, em qualidade e em quantidade, tão abundante que os preços caíram e os viticultores não conseguiam vender o seu vinho. A poderosa viúva, para ajudar os agricultores comprou e estocou uma enorme quantidade de vinho. Dois anos mais tarde surgiu a praga do oídio, que destruiu quase a totalidade dos vinhedos, arrasando a produção e deixando o mercado sem vinho e com os preços em alta. A Ferreirinha então vendeu com facilidade e bons preços todo seu estoque aos ingleses, enriquecendo ainda mais a casa Ferreira.

 

Dona Antónia criou novas instalações de produção, abriu e construiu estradas em áreas praticamente desertas. Ao mesmo tempo, desenvolveu trabalho de assistência social e financiou a construção de hospitais e escolas, numa tal dimensão que a sua memória ainda hoje é venerada. Tal talento, não só para lidar com o vinho – desde a produção à comercialização – mas em proporcionar um avanço nas condições sociais de seu país, faz de Antónia Ferreira uma mulher arrojada que conseguiu superar os limites impostos para uma viúva na machista sociedade portuguesa do século retrasado. Hoje a empresa, que pertence ao grupo Sogrape, entrega  anualmente o “Prémio Dona Antónia”, destinado a agraciar mulheres que mais se destacaram no mundo empresarial português. .Visitei a Quinta do Porto, onde morou a Ferreirinha, sua cama é muito pequena, justificando talvez o diminutivo em seu nome, e de sua janela, naturalmente, vê-se o Douro…

 

Não podemos esquecer também que a Casa Ferreira produz alguns dos melhores vinhos do Portugal, como o Barca Velha e magníficos Vinhos do Porto.

 

Marcelo Copello (mcopello@simplesmentevinho.com.br)

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.