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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Conheça a CARMÉNÈRE: história, curiosidades e VINHOS!

História No século XIX, antes da Phylloxera, foram levadas mudas de Merlot de Bordeaux para o Chile. Naquela

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 set 2017, 11h13 - Publicado em 9 set 2017, 11h11

Por Marcelo Copello

História

No século XIX, antes da Phylloxera, foram levadas mudas de Merlot de Bordeaux para o Chile. Naquela época era comum plantar uvas misturadas desde o vinhedo. Desta forma, por acaso, sem que se soubesse, algumas mudas de Carménère foram igualmente plantadas misturadas com a Merlot no Chile. Segundo dados da época, em Bordeaux havia mais Carménère que Melot, logo, no Chile chegaram possivelmente mais mudas de Carménère que de Merlot.

O feliz engano só foi desfeito mais de um século depois, quando em 1996 o Carménère foi oficialmente reconhecido no Chile. A partir daí os vinhedos de Merlot e Carménère foram separados e a Carménère tornou-se a uva emblemática do chilena.

Viticultura

A Carménère é complicadinha, cai na banalidade facilmente. Basta uma chuvinha a mais para se e cair nos aromas herbáceos, que lembram pimentão verde, dominarem o vinho e fazerem com que muitos torçam o nariz.

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Esta casta prefere clima seco, sol e solos não muito pobres. Precisa de um ciclo longo, para ser colhida mais tarde, pois se a colheita for cedo demais, resultará em vinhos com notas herbáceas. Por outro lado em climas muito quentes, ou com colheitas tardias, perde seu equilibrio, o açúcar e o álcool sobem demais e a acidez despenca, gerando vinhos pesados e enjoativos. O segredo é colher tarde, mas no ponto certo.

Vinificação

A Carménère segue a mesma vinificacação tradicional para tintos, com macerações não muito longas para não extrair amargores e verdores, adapta-se muito bem ao carvalho.

Cor: os melhores são roxos, muito escuros e violáceos, mas como quase todos os vinhos tintos pode ir do rosé ao espumante

Aroma

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Frutas: frutas negras doces, às vezes chegam à geléias de tão maduras, cereja negra, ameixa, amora.

Vegetal/erbáceo – pode ter o típico aroma de pimentão, além de tabaco, azeitona, menta

Especiarias: pode desenvolver muitas especiarias, especialmente se com passagem por carvalho, como baunilha, pimenta do reino, alcaçuz, cravo, canela.

Animais: carne, caldo de carne, suor.

Madeiras: carvalho.

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Tostados: café, chocolate.

Outros: soja (shoyo).

Sabor

Doçura: quase sempre seco, mas é comum ter algum açúcar residual a mais, podendo chegar a beira do “suave”

Acidez: geralmente baixa, o que pode ser visto como uma deficiência, é geralmete misturada ou cortada com outras uvas como Cabernet Franc ou Cabernet Sauvignon para melhorar sua acidez, e quase sempre sofre o que chamamos de “correçção de acidez” (adição de ácido tartárico). Para os que querem um vinho para consumo imediato e bem macio, é perfeito.

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Corpo: podem ir do leve ao muito encorpado, a meioria dos exemplares do mercado está na categoria “bom corpo”.

Álcool: geralmente são vinhos alcoólicos, entre 13,5% e 15%

Carménère no mundo

Hoje a Carménère é quase um fenomeno chileno isolado. Muito pouco ainda existe em Bordeaux, algo se faz california, Austrália, Brasil, e norte da itália, no veneto, onde gera interessantes vinhos passitos. No Chile está em todo o país, mas a região mais emblemática para esta casta é Colchagua

Curiosidades:

– Em geral não envelhece bem, por falta de acidez.

– Os vinhos da Carménère agradam fácil, pois são expressivos, intensos e macios, mas sozinha a Carménère raramente proporciona grandes vinhos, os melhores levam um percentual de alguma outra uva para equilibra-la e melhorar sua acidez, geralmente Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc ou Petit Verdot.

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– É ótima para cortes, mesmo em pequena proporção  pode acrescentar maciez, ataque aromático, especiarias, frutas e cor a outros tintos

– Adapta-se bem ao amadurecimento em barricas de carvalho

– Raramente é um vinho com finesse, estando mais do lado da potência e exuberância.

– Tem caráter marcante. É fácil de ser reconhecida em cortes, seus aromas e sabores se destacam, mesmo quando está em proporção pequena.

– Antigamente também foi chamada de Grand Vidure em Bordeaux.

– A substância que dá aroma herbáceo em muitos vinhos chilenos como o Carménère e o Cabernet chama-se Pirazina, e é eliminada com a exposição das uvas ao sol por mais tempo (maturação mais longa).

VINHOS

https://www.marcelocopello.com/vinho/santa-carolina-vsc-2008-santa-carolina

https://www.marcelocopello.com/vinho/conde-de-superunda-2009-miguel-torres

https://www.marcelocopello.com/vinho/canto-sur-2015-j-bouchon

https://www.marcelocopello.com/vinho/le-rose

https://www.marcelocopello.com/vinho/almaviva

https://www.marcelocopello.com/vinho/enclave

https://www.marcelocopello.com/vinho/aurora-pequenas-partilhas-carmenere

https://www.marcelocopello.com/vinho/alto-de-piedras-carmenere-2013-de-martino

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