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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Bill Gates e o Liebfraumilch

Já perdi a conta dos inúmeros casos de gente que me escreve pedindo consultas grátis sobre alguma raridade que possuem

Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 jun 2021, 19h46 - Publicado em 23 jun 2021, 17h39

Já perdi a conta dos inúmeros casos de gente que me escreve pedindo consultas grátis sobre alguma raridade que possuem. Garrafas que foram deixadas por seus pais ou avós, que ficaram guardadas no armário por décadas sem que ninguém as ousasse abrir, dado seu “alto valor”.

 

A mim cabe fazer o papel de anjo da morte, que chega para dar a má notícia, causar grande desapontamento e assinar o óbito de garrafas mimadas por décadas. Tento sempre dar o veredito com gentileza, para evitar traumas ou tentativas de suicídio ou (o meu) homicídio. Me sinto como se estivesse contando para uma criança que Papai Noel não existe.

 

Há de tudo, vinhos de todos os tipos e origens. Em comum apenas a poeira, o muito tempo “de guarda” e o status raridade. No ar uma expectativa de que, quem sabe, eu mesmo não arremate a peça. Tem de tudo, o Mateus Rosé da vovó, o chileno Reservado do falecido pai. A mais recente pérola que me chegou foi um pedido para avaliar uma garrafa de Liebfraumilch de garrafa azul, do bom ano de 1995. Quanto vale? Vale deixar fechada como enfeite, quem sabe um abajur?

 

Este caldo meio doce que mancha a reputação dos grandes vinhos alemães me fez lembrar da melhor e história do gênero que vivi. Não me lembro exatamente quando, mas acredito que no final dos anos 1990, recebi um destes e-mails que a princípio me pareceu ser mais uma destas histórias tristes. Um leitor que dizia ser um entregador e que teria ganhado de “caixinha” de fim de ano uma garrafa de vinho de um cliente e queria saber quanto valia. Perguntei o nome do vinho. Era um Château Lafite Rothschild 1986, 100 pontos de Robert Parker. Com muito alívio e alegria pude lhe dar as boas notícias, a garrafa de fato valia um bom troco. Por curiosidade perguntei quem seria este cliente tão generoso. Aí veio a história. O rapaz, um brasileiro radicado nos EUA, em Nova York, fazia entregas para uma empresa que vendia obras de arte, e o cliente era ninguém menos que Bill Gates, que lhe entregou pessoalmente a garrafa em mãos. Desta vez o final foi feliz. Falei com um amigo profissional do vinho em NYC e a garrafa foi atestada como verdadeira e arrematada por um preço que deixou ambos muito felizes. Papai Noel às vezes existe!

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