Parece que foi ontem
Faz dez anos que, em pleno Riocentro, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, cansada de me sentir invisível depois de uma hora, eu, uma escritora iniciante, engoli a vergonha e subi numa cadeira para chamar a atenção de quem passava. Agora, no ano em que cheguei à marca de um milhão de livros […]
Faz dez anos que, em pleno Riocentro, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, cansada de me sentir invisível depois de uma hora, eu, uma escritora iniciante, engoli a vergonha e subi numa cadeira para chamar a atenção de quem passava. Agora, no ano em que cheguei à marca de um milhão de livros vendidos, terei, enfim, meu primeiro evento oficial na Bienal do Rio. No mesmo Riocentro onde tudo começou, vou poder conversar com meus leitores num auditório com capacidade para 400 pessoas. Bacana, né?
As bienais marcaram muito a minha carreira e é impossível não relembrar o que vivi às vésperas da minha sexta participação na festa literária carioca. Vou dividir algumas lembranças com vocês.
Na Bienal do Rio de 2001, com o Traição entre Amigas publicado por uma editora pequenininha, vi que não precisava ficar apenas esperando os leitores surgirem na minha frente. Mudou minha vida.
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Nessa mesma Bienal, perdi a voz e resolvi chamar a atenção de outa forma: com uma peruca vermelha (era muita vontade de viver de literatura, né não? ;-). E continuei vendendo!
Foi então que me dei conta de que uma bienal, para um autor, é como final de campeonato para um jogador de futebol. O momento marcante, a hora de fazer a diferença.
Na Bienal de 2004, em SP, já com o primeiro livro publicado pela Rocco, bati o ponto no estande da editora todos os 11 dias do evento e fiquei, das 10h às 22h, abordando as pessoas para tentar convencê-las a comprar meu livro. Resultado: fui a autora mais vendida do estande. O meu Tudo por um Pop Star bateu até o Harry Potter! Mas no meio da Bienal, um contratempo: uma tendinite, de tanto autografar. O médico foi claro: “Anti-inflamatório e repouso. Nada de autógrafos”. Jura? Naquela hora? Faltavam ainda quatro dias para acabar a Bienal! E desistir não faz parte do meu dicionário. Tudo bem, eu não podia autografar, mas podia… carimbar. E essa história acabou no Jornal Nacional.
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Na Bienal do RJ de 2005, pela primeira vez um livro meu chegou à lista dos mais vendidos. Eu me lembro até hoje da empolgação da minha editora chegando ao estande com o jornal aberto na página da lista. Foi emocionante.
Na Bienal do Rio de 2007, o espanto: grandes filas nos 11 dias em que estive no estande da Rocco. E a primeira vez em que distribuí os broches da minha campanha Ler é Bacana.
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Na Bienal de 2009, também no Rio, as filas se tornaram gigantes. Para surpresa de todos, o assédio foi tão grande que tive até dificuldade de circular pela Bienal. Mas, confesso, adorei. Afinal, eu não sou atriz de tevê, nem tampouco cantora famosa. Ali, eu era uma escritora em êxtase, vendo e vivendo o resultado de anos de batalha.
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Em 2011, além do encontro com leitores no dia 7, outros eventos e tardes de autógrafos estão programados:
https://www.thalita.com/agenda
O meu coração já está agitado, os meus olhos se enchem de água a cada vez que eu lembro como tudo começou. Mal posso esperar para, mais uma vez, abraçar os adolescentes, seus pais e professores ⎯ leitores que transformaram meu sonho de criança em realidade.
Que venha a Bienal, a grande festa literária do Brasil! Espero vocês lá!