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Tia Surica, mestra do feijão e do samba

  Na longa tradição das escolas de samba, as pastoras têm papel fundamental. Antes dos sambas-enredo virarem um tremendo negócio, a escolha do tema para embalar o desfile se dava nos terreiros, na base da paixão. Ali, as composições dos candidatos eram postas à prova e aquela que a mulherada cantava com gosto era invariavelmente […]

Por Pedro Tinoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 fev 2017, 18h50 - Publicado em 23 dez 2013, 18h31
Surica em foto de Bruno Veiga: pastora da Velha Guarda, ela defende as cores da Portela há 68 anos

Surica em foto de Bruno Veiga: pastora da Velha Guarda da Portela, ela volta à quadra da escola para gravar DVD ao vivo e mostrar as canções do novo CD solo

 

Na longa tradição das escolas de samba, as pastoras têm papel fundamental. Antes dos sambas-enredo virarem um tremendo negócio, a escolha do tema para embalar o desfile se dava nos terreiros, na base da paixão. Ali, as composições dos candidatos eram postas à prova e aquela que a mulherada cantava com gosto era invariavelmente a escolhida. Iranete Ferreira Barcellos é pastora da Velha Guarda da Portela desde 1980. Em sua versão contemporânea, as pastoras fazem o coro do conjunto que defende os clássicos da escola, mas a relação de Iranete com a agremiação de Oswaldo Cruz vem de muito antes. Hoje mais conhecida como Tia Surica, ela começou a desfilar pela azul e branco aos tenros 4 anos de idade. A exemplo da mais famosa entre as pastoras – Vicentina, cujos dotes culinários foram louvados em No Pagode do Vavá (OUÇA AQUI), do portelense Paulinho da Viola –, também é cozinheira de mão-cheia. Surica, 73 anos, baixinha de simpatia transbordante e voz inconfundível, está a caminho do segundo CD solo – o primeiro é de 2004. No domingo (29), a partir das 18h, na quadra da Portela (Rua Clara Nunes, 81, Madureira), ela defende ao vivo as faixas do próximo trabalho, já em fase final de produção, e anima a gravação do DVD Tia Surica – Poderio de Oswaldo Cruz. A entrada é franca, mediante a doação de uma lata de leite em pó ou algum item de higiene pessoal. Seus colegas de Velha Guarda, além dos cantores Diogo Nogueira e Mariane de Castro, participam como convidados na gravação produzida por Paulão Sete Cordas. Lá embaixo, depois de uma curta e divertida conversa com ela, assista a uma bela interpretação de Tia Surica para Quantas Lágrimas, de Manacéa.

 

DIGA SURICA

Com tantos anos de Portela, por que você só entrou para a Velha Guarda em 1980?

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Tenho 68 anos de escola. Desfilo desde os 4. Paulinho, em 1970, idealizou o grupo da velha guarda show (ao produzir o disco Portela, Passado de Glória), do jeito que ele é mantido até hoje nas escolas. Naquela época as tias eram Vicentina, tia Lurdes, tia Iara. Eu conhecia elas todas. Quando elas foram se afastando, por motivo de saúde, entraram a Doca (1932-2009) e a Eunice. O Manacéa (grande compositor portelense, autor de Quantas Lágrimas, 1921-1995) chegou a me procurar, mas naquele tempo eu não estava morando por aqui. Acabei me integrando só em 80, mas sou a mais velha de Portela.

Você teve uma curiosa experiência como puxadora de samba, raridade para uma mulher. Como foi essa história?

Foi em 1966, cantei o Memórias de um Sargento de Milícias, samba do Paulinho. Foi uma experiência tensa, lidar com aquele público todo, uma emoção tremenda. Mas quando você sobe no carro e começa a ouvir os aplausos supera tudo, né colega? Meu irmão me deu um tremendo incentivo, prá não dizer o contrário. Ele virou prá mim e disse: “se você fizer m…. eu vou te meter a porrada quando descer do carro”. Graças a Deus deu tudo certo.

Como foi escolhido o repertório de seu novo disco, Poderio de Oswaldo Cruz?

É só de gente da escola, entre clássicos e inéditas. Tem Marquinho Diniz com Monarco, tem uma do Valdecy com o Candeia, tem uma do Mijinha. Tem Aniceto, Alcides Malandro Histórico, Argemiro. Esse é o meu segundo disco solo, mas eu não pretendo ficar só nisso não. Afinal, tô só com 73 anos, né colega?

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Qual é o segredo do preparo de uma boa feijoada?

Sempre fiz feijoada com um sambinha em casa e, em 2006, comecei a fazer lá no Teatro Rival. Deu muito certo, estamos lá há oito anos e a Angela Leal (dona do teatro) já me chamou para continuar. Não tem mistério, tem que fazer com carinho, com amor, mas o principal mesmo é dessalgar as carnes. Esse é o grande negócio da feijoada.

 

SURICA NA TV CANTANDO QUANTAS LÁGRIMAS

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=videoseries?index=2&list=PLF3987CD7879C64B0&w=500&h=281%5D

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