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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Sambando pelo Brasil

João Nogueira, que faria 80 anos em 2021, será homenageado em disco com composições inéditas do artista pelos cantores Didu Nogueira e Jorge Simas

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Atualizado em 29 set 2020, 18h39 - Publicado em 29 set 2020, 18h31

João Nogueira é, sem dúvida, um dos mais importantes compositores brasileiros. Fundador do Clube do Samba, em 1979, lugar de encontro de bambas que funcionava no quintal da sua casa, no Méier, João também esteve à frente do bloco de carnaval que acabou sendo batizado com o mesmo nome das suas rodas de samba.

O cantor morreu há exatos 20 anos e em 12 de novembro de 2021 faria 80 anos. Para celebrar a data, a dupla Didu Nogueira, sobrinho do artista, e Jorge Simas, violonista, parceiro e diretor musical que acompanhou João por mais de 10 anos, lança projeto de novo CD com composições menos conhecidas do seu repertório e, novidade, três músicas inéditas.

Jorge Simas e Didu Nogueira fazem o projeto “Sambando Pelo Brasil”, um passeio virtual por rodas de samba de todo país, fruto do “Tributo a João Nogueira”. (Foto Pat Duarte/Divulgação)

As composições ficaram guardadas por anos. Uma foi feita com Paulinho Pinheiro, o mais constante parceiro do artista, que ficou guardada por mais de 20 anos. A outra foi composta com Nelson Cavaquinho e Paulo Cesar Valdez, filho de Elizete Cardoso. Essa, inclusive, João Nogueira gravou em fita cassete pouco antes de morrer e acabou ficando por ali. A terceira era parte de uma canção que João fez para o baterista Robertinho Silva, seu vizinho no Recreio dos Bandeirantes, e que agora acabou sendo finalizada por Simas durante a pandemia.

João Nogueira merece todos os tributos. Sua importância vai muito além da maravilhosa discografia que deixou, da interpretação inconfundível pelo timbre e pelo suingue das canções. João foi um guerreiro bravo e corajoso na defesa do samba, gênero que andou muito por baixo no final da década de 1970 e início de 1980. Quando João Nogueira criou o Clube do Samba, com Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho, no quintal de casa, ele inaugurava um movimento em defesa do samba e dos sambistas, esquecidos por rádios e gravadoras.

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Enquanto o novo CD não chega, previsto para o início de 2021, Didu e Simas seguem fazendo o projeto “Sambando Pelo Brasil”, um passeio virtual por rodas de samba de todo país, fruto das apresentações que fizeram por várias cidades com o “Tributo a João Nogueira”, realizadas antes da pandemia da Covid-19.

A estreia foi em Recife, onde hoje Simas mora, e dali eles rodaram por Natal, Porto Velho, Rio Branco, Santos, São Roque, São Paulo, Niterói e Rio de Janeiro. Didu Nogueira fala da surpresa que foi descobrir que havia uma forte cena de samba e choro por todo o país.

“Tem grupos de samba em tudo quanto é canto, muitos com um intercâmbio impressionante nas regiões, principalmente Norte e Nordeste, e também com grupos internacionais. Existe uma cena do samba que a gente não conhece por aqui”, conta Didu.

A cantora Beth Carvalho foi uma das parcerias de João Nogueira na fundação do Clube do Samba. (Divulgação/Arquivo pessoal)

Com a suspensão dos shows e das rodas presenciais, por causa da pandemia, os dois cantores decidiram que era hora de ampliar a difusão dessa cena e começaram a fazer encontros virtuais, transmitidos pelo Youtube e pelas redes sociais, com música e conversa.

As próximas “paradas” são Belo Horizonte (06/10), com Serginho BH e Fernando Bento; Rio Branco (13/10), com Antônio Carlos, Anderson Liguth e Ferreirinha; Recife (20/10), com Tony Nogueira e Rui Ribeiro; João Pessoa (3/11), Porto Alegre (10/11) e Brasília (17/11).

No próximo dia 12 de novembro, quando João Nogueira faria 79 anos, Didu e Simas farão uma surpresa. Mas essa será anunciada mais à frente, pelos canais dos dois artistas nas redes sociais. A conferir!

Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura e carnaval.

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