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Por Analice Gigliotti, Elizabeth Carneiro e Sabrina Presman
Psiquiatria
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Inimigos do Fim: Manual de Sobrevivência

Carnaval é a época de liberar as fantasias, com a consciência de que as consequências não vão embora na Quarta-Feira de Cinzas

Por Elizabeth Carneiro
14 fev 2020, 16h34

Para alguns, ele está chegando. Para outros, já começou. O Carnaval – esses quatro dias em que se permite a anestesia dos problemas – é a festa em que cada um está liberado para incorporar a fantasia que quiser, “de rei ou de pirata ou de jardineira”, como escreveu Vinicius de Moraes, mas com uma certeza: “pra tudo se acabar na quarta-feira”. E como evitar a ressaca moral no retorno à realidade?

O Carnaval, em si, não é o problema. Pelo contrário. Em tempos tão adversos, em que até água potável virou artigo de luxo, é um alívio poder contar com dias de descanso ou de farra. O perigo reside no exagero pela busca do prazer sem fim.

Quem não tem aquele amigo que é sempre o último a ir embora da festa? Os “inimigos do fim” carregam um traço de comportamento compulsivo porque a angústia de voltar à “vida real”, fora da bolha da folia, é tão grande que estica-se a corda para evitar a chegada do inevitável fim. É uma ilusão: ninguém tem prazer sem fim. É quando álcool e sexo não são mais geradores de prazer, mas sim tem a função de aliviar o desprazer.

E aqui não vai nenhum juízo de valor. A busca deve ser pela moderação. O prazer deve ser vivido na sua justa medida. E assim como “todo Carnaval tem seu fim”, toda a liberdade tem um preço: beber e saber a hora de parar, fazer sexo sem se expor a riscos de gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis. É quando se paga um preço alto pelo prazer.

Que na Quarta-Feira de Cinzas todos tenham boas lembranças e a tranquilidade de terem agido de forma a arcar com as consequências, porque quando desce o pano os preços que não podemos pagar causam extremo sofrimento: viramos vítimas de nosso próprio comportamento. Bom Carnaval, com responsabilidade!

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Elizabeth Carneiro é psicóloga supervisora do Setor de Dependência Química e Outros Transtornos do Impulso da Santa Casa do Rio, especialista em Psicoterapia Breve e Terapia Familiar Sistêmica, diretora do Espaço Clif de Psiquiatria e Dependência Química e treinadora oficial pela Universidade do Novo México em Entrevista Motivacional.

 

 

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