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Por Luciana Brafman, jornalista e professora da PUC-Rio
Economia, finanças pessoais e comportamento financeiro até pra quem não gosta
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Dez marcos econômicos e heranças de 2021

Da PEC ao Pix, um resumo dos destaques rumo a um próspero 2022, com reforço da lentilha e da romã

Por Luciana Brafman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 dez 2021, 16h58

Há cerca de meio século, ouço dizer que comer lentilhas na virada do ano traz sorte e dinheiro. Não tenho como avaliar cientificamente o impacto desse grão ao longo da minha vida financeira, mas posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que eu amo o sabor das lentilhas, a ponto de comê-las até dar dor de barriga. A vantagem é que, nos eventos festivos, tem sempre a exuberante romã – outro amuleto da prosperidade -, e seu chá é excelente para problemas digestivos.

Calcinhas amarelas, propagam por aí os especialistas, atraem dinheiro – pelo menos, para quem as vende para as festas de réveillon. É também um ritual bastante conhecido pular as sete ondinhas de Iemanjá, oferecendo à Rainha do Mar sete moedas (não importa a inflação, são sempre sete) e outros mimos. Já entre os santos padroeiros da Igreja Católica, soube que há uma forte demanda sazonal por Santo Onofre.

Seja qual for a crença, vale dar uma forcinha com conhecimento terreno e planejamento financeiro. Ainda que faltem algumas figurinhas para completar o álbum de 2021, já dá para mapear os principais marcos econômicos do ano, bem como as heranças que ficarão para 2022, um novo ciclo em que depositamos nossa fé e esperanças.

Vamos à lista:

1) Inflação – É contra esse dragão que deveremos travar uma luta em 2022, não só no Brasil como no mundo. Por aqui, o índice oficial ultrapassará, em muito, o teto da meta estipulada pelo Banco Central, e deve ficar em torno de 10%. Alimentos e combustíveis lideraram o rol dos vilões.

2) Juros – Para combater a inflação, o BC já lançou mão do amargo remédio dos juros. A previsão é uma taxa elevada, de dois dígitos no ano que vem, o que dificulta o tão desejado, esperado, salve, salve, crescimento econômico.

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3) Crise hídrica – O fantasma assustou em 2020. Bate na infraestrutura e no bolso. Pode continuar a ser um gargalo ao crescimento.

4) PEC dos Precatórios – Foi uma das novelas do ano que está terminando. Seu impacto na economia desenhou as curvas de uma montanha-russa, ao se transformar em uma espécie de salvação para liberar recursos orçamentários ao Auxílio Brasil. Na esteira, “teto dos gastos” e “orçamento secreto” foram os hits mais tocados no Spotify político-econômico brasileiro.

5) Vacina – Indispensável para uma economia mais saudável, como se constatou a partir do segundo semestre de 2021. Apesar da variante ômicron, há mais confiança na retomada do crescimento. A nível global, é inaceitável a enorme desigualdade vacinal, que expôs ainda mais o abismo entre os países.

6) ESG – A sigla do ano, queridinha das corporações, faz aflorar o otimismo. Do inglês, significa Governança Ambiental, Social e Corporativa, um indicativo de responsabilidade em relação a fatores sociais e ambientais. Qualifica investimentos e reputações, mas é preciso atenção às práticas conhecidas como “greenwashing”, ou seja, adotadas apenas “de mentirinha”. E já que estamos na esfera ambiental, vale destacar a COP26, com muitas metas ambiciosas pela frente. Serão factíveis?

7) Volatilidade – Marcou 2021 e deve ser tatuada em 2022. Por aqui, as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, andam grudadas na tal da “vol”. Haja coração no mercado de ações. Incorporada na variação do dólar, tende a se espalhar no Brasil ao ritmo das eleições.

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8) Pix – Esse chegou para ficar. Do e-commerce ao ambulante de sinal, passando pelo MEI, a prática já se mostra consagrada até pela quantidade de golpes.

9) Meta – Pressionado pela divulgação de denúncias envolvendo seus algoritmos e políticas pouco transparentes, o Facebook agora é Meta. Nada de numerologia. O nome faz referência ao metaverso, algo que ninguém sabe muito bem explicar ainda o que é, mas que todos nos fazem crer que é a tendência do momento para novos negócios.

10) Cripto – Você troca 1 BTC por R$ 280 mil? Parece aquela brincadeira da cabine do Silvio Santos, mas não é pegadinha, e a resposta é siiiiiim. Bem, pelo menos até o fechamento desta coluna, pois daqui a alguns segundos, a cotação do bitcoin e de outras criptomoedas, vedetes de 2021, pode mudar assustadoramente.

Desejo a todos e a todas muita saúde, o nosso bem mais valioso – criptomoedas incluídas.

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