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Por Julia Golldenzon, estilista carioca
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Modelos curvilíneas e a moda inclusiva

Marcas repensam a comunicação e os desfiles nas pandemia e trazem diversidade para as semanas de moda

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Atualizado em 29 set 2020, 13h05 - Publicado em 29 set 2020, 13h03

A quarentena começou no primeiro semestre na Europa em plena temporada fashion. Paris fechou uma semana depois dos desfiles das coleções de outono-inverno. De lá pra cá, as marcas se viram obrigadas a repensar estratégias e formas de apresentar seus produtos. Com o início do segundo semestre e a temporada dos desfiles internacionais do verão 2021, que está acontecendo de modo híbrido, com apresentações virtuais e presenciais, estamos vendo muitas mudanças. E isso é um bom sinal. 

Identificada com um padrão de beleza quase inatingível, de mulheres ultra magras, ultra sexies, ultra altas, a Versace surpreendeu a todos com seus desfile na semana de moda de Milão ao escalar três modelos curvilíneas e bastante populares nas redes sociais. No lugar das bombshells, estavam a holandesa Jilla Kortlove, dona do perfil Jilla Tequila no Instagram; e as americanas Alva Claire e Precious Lee. “O mundo mudou e nós também. Estamos repetindo isso quase que como um mantra”, disse Donatela Versace em entrevista para a Vogue.

Para a estilista, o maior desafio foi tentar entender com quem a marca estaria falando e como dar à moda um significado em um momento tão único e histórico. “Quis fazer algo disruptivo e quebrar as regras, porque acho que o que funcionava alguns meses atrás não faz mais nenhum sentido hoje”, completou a estilista italiana. 

A moda democrática esteve em alta na década passada, com as explosão de parcerias entre marcas de alto luxo com redes de fast fashion – a Versace, por exemplo, fez coleção e desfile no Brasil com a Riachuelo. Mas a onda determinante agora é a moda inclusiva. Isto significa que veremos mais corpos e personalidades variadas nas campanhas e passarela. Veremos mais diversidade numa tentativa, resultado de enorme pressão das redes sociais, de que os consumidores se sintam de fato representados. Uma forma de se comunicar ainda mais e de combater a opressão de um padrão de beleza pelo mercado de moda.

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A moda inclusiva e diversa determina e almeja alcançar o fim deste padrão de beleza que foi construído ao longo de décadas por um mercado em que as marcas não escutavam seus consumidores. Hoje, com as redes sociais, o que importa é o diálogo e o engajamento. E por isso capas de revistas de moda estão mudando assim com os castings das modelos dos desfiles, que, segundo Donatella, precisam se tornar “mais abertos, inclusivos e capazes de se adaptara a mudanças repentinas”.

A pandemia fez as marcas repensarem a forma de apresentar suas coleções e de falar com seu consumidor. O momento é de experimentar formatos e maneiras novas diante de uma roda que foi obrigada a parar de girar na velocidade em que estávamos vivendo. Uma oportunidade, eu diria, que pode resultar numa renovação da moda.

Julia Golldenzon é estilista especializada em festas e noivas. Formada em Comunicação Social pela PUC-Rio, ela trabalhou em marcas como Farm e La Estampa e, desde 2013, tem um ateliê no Leblon, que leva seu nome.

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