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Por Julia Golldenzon, estilista carioca
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Coronavírus e a moda-protesto ganham visibilidade com redes sociais

Modelo usa passarela para combater perseguição e discriminação: 'Eu não sou um vírus'

Por Julia Golldenzon
Atualizado em 18 Maio 2020, 15h18 - Publicado em 19 fev 2020, 10h12

A passarela da Madrid Fashion Week, este mês, virou palco para uma manifestação do cantor e designer gráfico Chenta Tsai, de Taiwan, que desfilou com a frase  “I’m not a virus” (Eu não sou um vírus) escrita no peito. A atitude do modelo, que é colunista do jornal espanhol “El País”,  teve o objetivo de apoiar toda a comunidade asiática, que sofre perseguições raciais em função do coronavírus. Convidado a desfilar para a marca conceito Coconut Scan Kill, Tsai não hesitou em usar a moda como plataforma de protesto para dar visibilidade à  hashtag #JeNeSuisPasUnVirus, lançada na França no fim de janeiro, para denunciar o preconceito.

Usar a moda como meio para protestos não é uma novidade. A estilista brasileira Zuzu Angel fez isso em 1971 ao desfilar uma coleção-protesto em Nova York para denunciar o desaparecimento de seu filho, o militante Stuart Angel. Em 2002, o grupo ativista Peta, que defende os animais, invadiu a passarela da Victoria’s Secret para constranger Gisele Bündchen, que tinha acabado de fazer campanha para uma grife de casacos de pele. Há alguns anos, a estilista e ativista Vivienne Westwood vem transformando seus desfiles em palco para denunciar o aquecimento global e o desmatamento.

A novidade nos protestos feitos no contexto da moda agora é o uso das redes sociais para amplificar a mensagem. Uma atitude pode até não chamar muita atenção na hora, na passarela, mas ganha o mundo depois de ser postada. A imagem de Chenta Tsai foi pouco vista na mídia tradicional, mas ganhou repercussão depois que ele postou as fotos em sua conta no Instagram, ganhando mais de 70 mil curtidas. 

Em setembro, a artista e modelo não-binária Ayesha Tan-Jones protestou na passarela da Gucci, escrevendo na palma das mãos a frase: “Mental health is not fashion” (Saúde mental não é moda). Parte da coleção era inspirada em hospitais psiquiátricos, com uma série de looks que remetiam a camisa de força. Logo após o desfile, Tan-Jones postou as fotos e vídeos no Instagram e ampliou a potência de sua manifestação, com mais de 50 mil curtidas.

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A moda vai muito além da roupa, traduz as ideias e o comportamento de um tempo. E os jovens modelos, já conscientes deste potencial, mostram que entrar mudo e sair calado da passarela não é para eles. 

Julia Golldenzon é estilista especializada em festas e noivas. Formada em Comunicação Social pela PUC-Rio, ela trabalhou em marcas como Farm e La Estampa e, desde 2013, tem um ateliê no Leblon, que leva seu nome.

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