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Por Ike Cruz, empresário artístico
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O que falta para Silvio Guindane ser visto no tamanho do seu talento ?

“A Divisão e Bom dia Verônica”. Excelentes séries, ótimos elencos e atuações memoráveis

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Atualizado em 13 out 2020, 10h58 - Publicado em 13 out 2020, 10h57

Já dizia uma grande autora: “toda novela precisa essencialmente de uma estrela e de uma grande atriz”. 

Num primeiro momento o leitor pode estranhar essa afirmação, contudo, a máxima não só é sábia como pertinente.

Todos nós, espectadores, possuímos nossos artistas de estimação. Aqueles que só de surgirem na TV ou no cinema nos fazem grudar na tela ou comprar ingresso. Entretanto, isso não os tornam, necessariamente, grandes atores. Claro que “estrelas” são bons atores, caso contrário não seriam protagonistas na grande maioria das vezes. Por outro lado, os grandes atores, os verdadeiros “carregadores de piano”, quase sempre são mais discretos. Tanto pode ser pelos padrões estéticos, às vezes pelo carisma e principalmente em relação ao ego. Não é uma regra, mas é comum. 

Então quer dizer que a estrela não pode ser uma grande atriz ou ator ? Claro que pode. É que nem sempre isso cabe na mesma pessoa. E quando cabe gera uma outra questão, a disponibilidade. Quem não quer um Messi jogando no seu time ?

Por isso vivo repetindo que, cada dia mais, o valor de um profissional não está atrelado somente à sua importância, mas sim à sua raridade. 

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Passando essa introdução, vamos ao tema da coluna propriamente.

Aviso aos navegantes: não sou crítico de cinema, de TV e muito menos tenho tal pretensão. Portanto, escrevo com a liberdade de um mortal telespectador, onde o único diferencial é ter como ofício a experiência na área de agenciamento artístico. 

Claro que lidar com atores por tantos anos me traz involuntariamente um olhar mais crítico sobre filmes, séries e atuações. Entretanto, quando sento no sofá pra assistir a algum programa, estou 100% desprovido de avaliações técnicas e relaxado como qualquer pessoa. Qualquer tipo de analise é involuntária, espontânea.

Dito isso, vamos às minhas considerações sobre “A DIVISÃO”, excelente série da Globloplay, baseada em fatos reais, sobre a onda de sequestros nos anos 90. 

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A primeira é direta, sem rodeios. O que falta para que Silvio Guindane seja considerado um ator do “primeiro escalão”, como dizem os especialistas ? Ser midiático, casado com alguma movie star  ou onipresente nas redes sociais ? Difícil saber, pois o ator sequer tem uma. Bom, fácil mesmo é saber que Silvio Guindane é um ator raro. 

É nítido o alto nível de preparo e concentração em seus trabalhos. A entrega visceral, o entendimento dos personagens e sobretudo o comprometimento como artista em tempos de celulares frenéticos dentro dos estúdios. 

Poderia rapidamente escalar a minha “seleção” de grandes atores, mas na possibilidade de cometer alguma injustiça (o que fatalmente aconteceria pela fartura de qualidade), prefiro me abster e dizer apenas que Guindane estaria fácil nesse time. 

Quanto à série, é cinema na TV.  A direção segura e a câmera nervosa nos momentos adequados corroboram com a atmosfera de tensão que permeia a trama. 

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Uma curiosidade. Grande parte do elenco (excelente por sinal) não faz parte de nenhuma constelação de novelas da TV Globo. Pelo contrário, alguns sequer tiveram boas oportunidades na emissora.

Mas o que isso significa? Significa que apesar da grandiosidade e da reluzente vitrine há vida além dos muros do Projac. Principalmente agora com o mercado audiovisual em ebulição. 

Percebo que muitos artistas ainda creditam um possível sucesso na carreira a ter algum vinculo empregatício na TV Globo. É claro que a potência e a visibilidade da emissora são inegáveis, mas nos dias de hoje a busca desse êxito não deve se restringir somente a ela. Quem pensa diferente disso pode se frustrar e encerrar a carreira sem sequer ter começado.

Aqui cabe uma observação. Não se deve confundir emprego com trabalho. Nem sempre quem se encontra no primeiro executa o segundo. Não à toa, a própria Globo vem revendo seus critérios de contratos exclusivos. Não é só por isso, mas tem esse aspecto também. 

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Voltando à série, Erom Cordeiro e Natalia Lage também dão um show. Não dá pra imaginar outros atores em seus personagens. 

Não há corpo mole e atuações mornas, é tudo intenso. Vicente Amorim (diretor geral) e Rodrigo Monte tem o elenco na mão e conseguem extrair o melhor de cada um dos atores. Até mesmo dos que tem menos participação na trama. Todos são importantes independente do tamanho da personagem. Aliás, o que é a participação (e atuação) de Augusto Madeira como o contraventor Tavinho Cordeiro ? Quem só o conhece por comédia vai entender o que é um excelente ator de composição. Simplesmente sensacional. 

Como não sei relatar filmes sem detalhes, paro por aqui pra não escorregar em spoilers. Só me resta uma dica: caprichem na pipoca e assistam às duas temporadas. 

A propósito, parabéns a AfroReggae AudioVisual, à produtora Hungry Man e à Globloplay. O mercado audiovisual não só está se expandindo, como ganhando muita qualidade. 

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Quando ainda retomava o fôlego de “A DIVISÃO”,  fui tomado pela estreia (excelente) de “BOM DIA VERÔNICA”, da Netflix. Difícil é dormir depois. 

Além da história aterrorizante e claustrofóbica, vale a pena assistir às atuações impressionantes de Camila Morgado, Du Moscovis (um “monstro” em todos os sentidos) e Tainá Muller como a detetive Verônica, protagonista da série. Todos impecáveis assim como todos no elenco. 

(divulgação/Google)

A série de oito episódios é baseada no romance homônimo de Ilana Casoy e Raphael Montes. José Henrique Fonseca e Izabel Jaguaribe assinam a direção. 

E adivinhem quem está lá ao lado de Verônica (Tainá) como Nelson, um especialista em TI (tecnologia da informação), ajudando a detetive? 

Pois é, ele mesmo…Silvio Guindane. Não como protagonista, porém não menos brilhante. 

*Ike Cruz é empresário artístico e consultor de imagem

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