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Por Ike Cruz, empresário artístico
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Haters & lovers

Muitos dos que elogiam e enaltecem são os mesmos que promovem a queda do ídolo

Por Ike Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 Maio 2020, 19h38 - Publicado em 8 Maio 2020, 19h34

De imediato esse título sugere duas coisas opostas, certo? Errado. Pelo menos em parte. 

A internet mudou tanta coisa que nem mesmo os antônimos sustentaram seus significados de forma absolutamente fiel. 

Dos haters, além de muito rancor e frustração pouco se espera mesmo. Uma crítica bem fundamentada pode até trazer algum benefício, pois divergências são importantes num debate. Porém, como a própria palavra sugere, a maioria dos haters não critica com ponderação. O discurso vem sempre acompanhado de um palavrão, baixarias e uma raiva desproporcional. 

Assim como os gremlins que se multiplicavam com água, fenômeno similar acontece com os haters. Antes, uma dica de ouro: nunca os rebatam publicamente. Além de crescerem e ganharem visibilidade, corre se o risco de incentivar outros psicopatas a agirem de forma protocolar. 

Ignorar, bloquear (agora é “cancelar, né ?) e até processar judicialmente, dependendo da agressão, são algumas alternativas justas. 

Porém, rebater na rede ou processar midiaticamente não me parece eficaz. 

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Por falta desse entendimento por parte de algumas celebridades muitos desses alucinados já foram parar até no Fantástico e programas de auditório. 

Seria ótimo se ajudasse a dizimar a espécie, mas o efeito é contrario. Como psicopatas não costumam ter noção, muito menos remorso, outros da mesma natureza assistem a tudo sedentos por um holofote dessa amplitude e se proliferam. 

Portanto, agir por impulso e ficar discutindo publicamente é dar palco pra maluco. 

Já do outro lado existem os fiéis e amáveis seguidores. Os lovers!!! 

Que oásis virtual é nos sentirmos amados, validados e festejados, não ? Depende…Por quem ? De que forma ? 

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Terminei a última coluna comentando sobre alguns tipos de pessoas que cercam artistas, atletas, influenciadores digitais, etc.

Pra quem não leu, no último parágrafo eu questionei o porquê de raramente haver alguém próximo pra evitar um possível deslize ou até uma catástrofe em relação à imagem do protagonista diante de um incidente. 

Parece haver uma inibição perante a qualquer movimento que desagrade e faça perder a preciosa companhia do ser idolatrado.  

O mais normal é que esse adorador, muitas vezes, aplauda ou ache graça das ações do protagonista, o que de certa forma soa como endosso e acaba cegando ainda mais quem já pouco se enxerga.

Muitos amigos de famosos participam de situações vexatórias ou condenáveis com a única missão de estar perto e apenas proteger seu ídolo. Por incrível que pareça isso é bem comum. 

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Num grau acima dessa admiração, esse tipo de “arroz”, é o bajulador ou o popular “baba-ovo”. Como pré-requisito para esse tipo, basta saber o momento oportuno de um tapinhas nas costas ou de boas risadas diante de piadas infames ou frases constrangedoras. 

Um exemplo recente no âmbito político pode ser visto num vídeo em que diante de uma pergunta sobre o número de mortos no Brasil, o presidente Bolsonaro alega que não é coveiro. Imediatamente ouve-se uma gargalhada presidencial. Que tipo de pessoa agiria assim perante uma resposta tão relapsa, emitida pelo presidente de um país, diante de um estado de calamidade pública ? 

Mas isso isso não é um caso à parte, o cordão dos puxa-sacos funciona assim mesmo. Com artistas, jogadores de futebol e agora os influenciadores digitais, é idêntico ou pior. 

Com a internet isso só ficou mais latente e açucarado. Como os seguidores não estão em forma presencial, os elogios, confetes e serpentinas são distribuídos sem parcimônia. Um verdadeiro festival de afago no ego. O que é bom mesmo, não é ? Afinal seus criadores pensaram nisso meticulosamente pra enganar os fregueses, no caso, nós. 

O problema começa de verdade quando alguém acredita e baseia seu comportamento em cima disso.  

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Com excesso de elogios, verdadeiros ou não, esses “lovers” conduzem seus ídolos menos preparados a caminho da cegueira. A grande mídia muitas vezes corrobora, o que torna o terreno ainda mais movediço. Por isso sugiro a algumas pessoas públicas para que fiquem alertas com excesso de enaltecimento. Muitos dos que conduzem ao apogeu adoram assistir à humilhação e à queda. 

O amigo ou companhia mais importante que uma pessoa pública pode ter é aquele que possui discernimento suficiente pra elogiar na hora certa, silenciar quando necessário, mas sobretudo divergir no momento crucial. 

Pior que a ideia ruim de uma única pessoa, só mesmo quando essa mesma ideia foi concebida, aprovada ou consentida por um grupo. 

Com a propaganda turbinada através das redes sociais, me admira que ainda exista tanto amadorismo no trato com a ferramenta. 

Os influenciadores profissionais de hoje não podem subestimar a abrangência do seu comportamento e muito menos dos seus posts e mensagens.

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A autossuficiência se tornou mais perigosa, daí a importância de se obter opiniões imparciais ou até mesmo um suporte especializado. Para esse nicho de influenciadores o que era “orgânico” se tornou estratégico. 

Enquanto isso, ainda presenciaremos muitas gafes, escândalos e suicídios de imagem. A vaidade é implacável com quem não sabe lidar com ela.  

 

Ike Cruz é empresário e consultor de imagem

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