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Por Gilberto Ururahy, médico
Especialista em medicina preventiva
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Não podemos escolher entre a economia e a vida

Com atraso, OMS adota o discurso de que o isolamento social não é solução a longo prazo

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 25 ago 2020, 14h52 - Publicado em 25 ago 2020, 14h22

Em coletiva de imprensa esta semana, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, finalmente verbalizou o que o bom senso esperava há meses. “Não podemos escolher entre a economia e a vida. É uma falsa escolha. A pandemia é um alerta de que saúde e economia são inseparáveis. Isolamento social por longo período não é a solução para nenhum país”, disse.

Estou há meses defendendo este ponto de vista. Ainda em março, no começo da pandemia, escrevi neste espaço sobre a fala de Thomas Friedman, colunista do The New York Times. “Não defendo salvar todo mundo ou matar a economia. Ou salvar a economia e morrer todo mundo. Mas defendo sim que precisamos de uma estratégia que combine as duas coisas do melhor jeito e reduza os danos à saúde econômica e pública”, disse o americano à época. Agora, quase seis meses depois, a direção da OMS se rende ao óbvio.

No entanto, atendendo ao posicionamento inicial adotado pela OMS e endossado cegamente pela mídia, milhares de pessoas ainda se encontram isoladas em suas casas, apesar de a absoluta maioria da população mundial permanecer assintomática e não reagente ao novo coronavirus quando realiza a sorologia específica.

Há meses defendo uma estratégia sensata de combate ao vírus: uso de máscaras, higiene pessoal intensificada e atenção redobrada aos grupos de maior risco: idosos com comorbidades. São eles os mais vulneráveis e por isso devemos observar esses parâmetros atuando em conjunto. O Japão, por exemplo, que tem a população mais longeva do planeta, teve poucas mortes em números absolutos. Isso se explica porque as doenças crônicas em solo japonês são bem menores do que em outros países ocidentais. Trata-se de um país disciplinado, em que as pessoas se alimentam de forma saudável, respeitam os idosos e se cumprimentam à distância. Na contramão está os EUA, com grande percentual populacional de idosos e alto índice de comorbidades ou doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e câncer. Resultado: número de óbitos elevado. O mesmo quadro se repetiu no Brasil.

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As transformações no mundo pós-pandemia não ocorrerão apenas na economia, no mercado de trabalho e no comportamento social. A prevenção e os cuidados com a saúde ganharão maior relevância. Através do check-up médico regular, fatores de risco para a saúde do indivíduo são mapeados e as orientações para corrigi-los são definidas.

“A OMS está comprometida em trabalhar em parceria com todos os países para avançar em direção à uma nova fase de abertura das economias, sociedades, escolas e negócios em segurança”, completa Tedros. Melhor assim. Antes tarde do que nunca.

Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. É diretor da MedRio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

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