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As NOVAS vozes da cena musical brasileira contemporânea
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Representatividade importa

Racismo é crime e a era é política. Mesmo que você não queira falar sobre o tema, ele está presente em todos os lugares e, na música não seria diferente.

Por Fabiane Pereira
Atualizado em 10 Maio 2018, 12h43 - Publicado em 9 Maio 2018, 13h23

 

 

Escrevi no início do mês uma matéria pro blog do Cantão indicando cinco cantoras negras que merecem ser ouvidas no repeat. Também pedi ao mestre Gilberto Gil que comentasse a importância do negro para a formação da música popular brasileira no site da UBC. Esta semana, uma entrevista que fiz com a cantora soteropolitana Luedji Luna (foto) – que acabou de lançar um disco cuja temática gira em torno da diáspora Africana – foi publicada no site Azoofa.

No próximo domingo, 13 de maio, celebra-se os 130 anos da lei que aboliu a escravidão no Brasil – vale lembrar que fomos o último país do ocidente a acabar com este absurdo – e, novamente, usarei um nobre espaço virtual para tentar amplificar a contribuição das sonoridades dos povos africanos para a formação da música contemporânea brasileira.

Acredito que muitos textos publicados na internet (inclusive os “textões de facebook”) contribuem para pautar o debate público em determinada direção além de ser uma importante força simbólica. Sabemos que o período colonial-escravocrata deixou o racismo como uma de suas mais dolorosas heranças e combatê-lo, diariamente, é uma responsabilidade de todos.

É bem verdade que na última década, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a desigualdade social relacionada a etnia diminuiu no Brasil porém é impossível comemorar a “boa notícia” se considerarmos a situação do negro na economia brasileira em relação ao branco. O último estudo do IPEA em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) apontou que renda média dos negros ainda é metade da dos brancos. Isso explica porque a senzala ainda persiste em toda parte no Brasil. Ela está dormindo nas ruas das grandes cidades, lotando os hospitais públicos e as penitenciárias. A senzala continua se multiplicando na fila a procura de emprego. E um “escravo” desta “senzala contemporânea” é assassinado a cada 23 minutos no Brasil.

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Apesar de continuar sendo tratada como subclasse (e contra fatos não há argumentos) desde a abolição da escravatura, a população negra brasileira resiste. E essa resistência passa pelo caminho da arte, principalmente pela música.

De Clementina de Jesus a Emicida, passando por Dona Ivone Lara, Jorge Ben Jor, Seu Jorge, Elza Soares, Leci Brandão, Rico Dalasam e tantos outros, as canções destes artistas propõem reflexões diversas a partir da exaltação das raízes africanas ou narrando as mazelas das periferias brasileiras ou ainda denunciando o racismo, sem se esquecer de celebrar a identidade negra.

 

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Vale lembrar que racismo é crime e que a era é política. Mesmo que você não queira falar nem debater sobre o tema, ele está presente em todos os lugares e, na música não seria diferente. É tempo de promover a representatividade e falar insistentemente sobre igualdade racial.

*****

#FaroRecomenda: falando em representatividade e negritude, o rapper Jeza da Pedra, figura única no rap carioca e nome em ascensão na cena, antecipa o clima de seu novo álbum em single que amplia a sua sonoridade. “Junto ao meu lado” é uma parceria com a cantora Sofia Vaz, conhecida pelo ótimo trabalho com a banda Baleia, e o rapper Migué, que traz tons do R&B experimental para as rimas de Jeza. A faixa já está disponível nas plataformas de música digital e ganha um lyric video produzido por João Pacca.

 

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