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Por Fabio Szwarcwald, colecionador de arte e gestor cultural
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Acessibilidade e inclusão nos museus

MAM Rio investe em programa de acessibilidade a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

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Atualizado em 19 abr 2021, 15h57 - Publicado em 19 abr 2021, 15h55

O tema da democratização e do acesso aos bens culturais vem passando por processos de atualização sob perspectivas jurídicas, sociais, políticas e tecnológicas. É parte de um movimento mundial a preocupação em garantir o acesso a museus e o livre percorrer a seus espaços, com a fruição de exposições, a inclusão em programas educativos e o acolhimento a todos os públicos. Identificar as diferentes barreiras que excluem indivíduos ou grupos e elaborar estratégias que superem estas barreiras está no radar das instituições de cultura.

Pensar a dimensão política da acessibilidade e pensar os museus como agentes fomentadores da democratização cultural e do desenvolvimento da sociedade é ponto pacífico. No entanto, o cotidiano dessas instituições frequentemente contradiz a afirmação de que os bens culturais musealizados são públicos e estão disponíveis a todos. Sabemos que, na prática, o acesso é restrito e seletivo.

De acordo com o IBGE, no último Censo Demográfico, 45,6 milhões de brasileiros declararam ter ao menos um tipo de deficiência. Acessibilidade é um direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. A transformação desse direito em prática social cidadã, em realidade cotidiana, exige enfrentamentos constantes.

O MAM Rio, que busca se reposicionar como uma organização consciente e preocupada com o bem-estar social, vem implementando um plano gradativo de acessibilidade que se propõe a criar processos de inclusão para pessoas com deficiência. Não só como público, mas como produtores de conhecimento no museu.

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Acreditamos na necessidade de fomentar ações para um público amplo, sem deixar de percebê-lo em suas especificidades e diversidade étnicas, geracionais, físicas, sociais, culturais, territoriais e de gênero. Razão pela qual investimos no desenvolvimento de uma programação dedicada a pensar e experimentar arte buscando garantir o compromisso do MAM com a acessibilidade, a diversidade, a inclusão, o protagonismo e a formação continuada.

O programa de acessibilidade e inclusão do museu leva em conta alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Entre as ações previstas, muitas já em curso, estão: oferecer visitas voltadas ao fomento da cultura surda e da Libras no MAM; promover visitas multissensoriais que abarquem a diversidade de formas de vivenciar e experimentar a arte; disponibilizar ônibus adaptados no agendamento, com vagas para classes inclusivas e/ou especiais; implementar uma residência para pessoas com deficiência, com estratégias de mediação e acolhimento de públicos pela perspectiva desses sujeitos; produzir vídeos institucionais com a divulgação da programação acessível em Libras; pesquisar e contratar artistas, educadores e demais profissionais com deficiência para o desenvolvimento de ações educativas no museu.

A democratização e a produção de códigos culturais de ampla circulação para além da territorialidade restrita de determinados grupos sociais devem ser temas transversais a toda e qualquer instituição cultural. O desenvolvimento de ações que tenham impacto político, social e econômico é fundamental. Sabemos que a acessibilidade em um museu depende não só do compromisso de sua gestão institucional, mas também de respaldo em políticas públicas.  Agir propositivamente nessa direção é determinante para o combate à segregação social sistêmica.

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