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Psiquiatra infantil
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“Eu também só falei aos quatro anos”

Há heranças que não devem ser passadas para as gerações seguintes

Por Fábio Barbirato
Atualizado em 24 jul 2018, 15h54 - Publicado em 24 jul 2018, 15h27

Os pais muitas vezes ficam surpresos com a notícia de que seu filho, ainda na fase do ensino infantil, pode se beneficiar de uma terapia capaz de amenizar seus problemas de linguagem e comunicação. “Mas não é cedo demais?”, eles perguntam. Não, não é cedo demais.

Ainda antes da pré-escola os problemas de linguagem já podem ser diagnosticados e, se necessário, tratados, de modo que não venham a interferir, mais tarde, na boa comunicação da criança, gerando reflexos que se estenderão à adolescência e à vida adulta.

A intervenção precoce nem sempre acontece, contudo, porque a família reluta em admitir a existência de um problema. “Ora, eu também custei a falar, só comecei aos quatro anos”, disse-me o pai de um menino de três anos que apresentava esse quadro. Esse tipo de justificativa é muito comum, mesmo que haja atualmente bastante informação sobre linguagem e desenvolvimento. O fato de o pai ter sofrido com certo sintoma na infância (como uma gagueira, por exemplo), não significa que o filho deva sofrer como ele. Há heranças que não devem ser passadas para as gerações seguintes.

Estudos diversos e a prática dos últimos anos mostram que há meios de lidar com déficit de linguagem e de liberar a criança de fardos que, se não tratados, pesarão sobre ela pelo resto da vida, atrapalhando seus estudos ou sua vida social – ou ambos.

Quantos meninos e meninas vivem quase isolados, na escola, no play ou na pracinha, por não saberem se manifestar de um jeito que os outros entendam? Ao não se expressar da mesma maneira que os colegas e ao não compreender as brincadeiras propostas por eles, ou pela professora na escola, a criança pode ser vítima do desinteresse dos outros. Os colegas se afastam porque ela parece não captar os sinais que eles lhe dão e nem transmite o que sente.

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A intervenção precoce permite que uma situação dessa seja resolvida sem gerar outros prejuízos em áreas diversas do desenvolvimento psíquico e afetivo.

 

Fabio Barbirato é médico psiquiatra pela UFRJ, membro da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência e responsável pelo setor de Psiquiatria Infantil da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na PUC-Rio. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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