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Psiquiatra infantil
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Crianças do Rio e da Tailândia sofrem com estresse pós-traumático

Os impactos de experiências como as dos meninos que ficaram presos em uma caverna podem levar seis meses ou até um ano para aparecerem

Por Fabio Barbirato
Atualizado em 10 jul 2018, 18h37 - Publicado em 10 jul 2018, 14h49

A única coisa capaz de dividir atenções com a Copa nas duas últimas semanas foi o resgate dos treze presos na caverna na Tailândia. O mundo acompanhou, agoniado, o drama dos doze meninos e o treinador de futebol que foram passear na caverna e não conseguiram mais sair, ilhados pelas fortes chuvas. A história acabou com um final feliz: todos foram resgatados com vida e passam bem fisicamente. Mas como fica a cabeça de uma criança que passa por uma situação limite como esta?

O impacto concreto de uma experiência tão definitiva não dá sinal imediatamente. Talvez leve de seis meses a um ano para se apresentar. O indicado é que essas crianças tenham acompanhamento especializado por, pelo menos, dois anos.

Após as adversidades que passaram nos últimos dias, não seria estranho se desenvolvessem estresse pós-traumático, uma espécie de transtorno de ansiedade caracterizado por pessoas que vivenciam ou presenciam uma situação de alto estresse.

Alguns sintomas que evidenciam o estresse pós traumático são: acordar assustado no meio da noite, expressar pequenos sinais de pânico, lembranças recorrentes do fato ou medo de passar perto do local onde o trauma foi vivido. No caso das crianças tailandesas, a fobia a lugares fechados ou quadro de pânico não seria uma excentricidade.

Não é raro ouvir relatos de estresse pós-traumático nas crianças carentes atendidas na Santa Casa do Rio, a milhares de quilômetros da Tailândia. Em sua maioria, elas vivem em zonas conflagradas de conflito entre milicianos, traficantes e policiais. Muitas contam casos de parentes assassinados na porta de casa. Já passamos pela experiência de ver uma criança transtornada pela lembrança de tiros ao ouvir o som de estalinho de festa junina.

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É importante valorizar a resiliência das crianças tailandesas, ou seja, a capacidade de superar situações difíceis. O fato de serem amigos de futebol, acompanhados pelo treinador, sem dúvida ajuda a amenizar a angústia natural de uma situação limite.

O mesmo se pode dizer das crianças cariocas. Milhares de alunos levantam todos os dias e vão para as aulas, mesmo depois de verem ou saberem de um coleguinha assassinado a caminho da escola, como aconteceu mês passado com Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, baleado pela polícia usando uniforme escolar.

Que nós, pais, professores e responsáveis, saibamos auxiliá-los na construção de suas resiliências diante das adversidades da vida, fortalecendo a autoconfiança e a segurança das crianças.

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