Obesidade: dieta ou tratamento?
Apesar da obesidade ser um dos maiores problemas de saúde pública a acometer o homem moderno, nos países desenvolvidos ser a principal causa de doenças, e por esses motivos ser amplamente combatida a nível mundial, raramente vejo enfoques corretos para tratamentos adequados. Muitas vezes quem busca ajuda não sabe nem mesmo o que está procurando. […]
Apesar da obesidade ser um dos maiores problemas de saúde pública a acometer o homem moderno, nos países desenvolvidos ser a principal causa de doenças, e por esses motivos ser amplamente combatida a nível mundial, raramente vejo enfoques corretos para tratamentos adequados. Muitas vezes quem busca ajuda não sabe nem mesmo o que está procurando.
Em minha prática clínica deparo-me frequentemente com algumas situações que denotam a completa falta de compreensão até mesmo dos objetivos iniciais de quem procura ajuda de um médico para reformular hábitos de vida, ganhando qualidade e saúde duradouras.
O que se deve compreender é que o aumento das reservas adiposas (engordar) é somente uma das muitas consequências metabólicas do consumo frequente e desorganizado de carbohidratos (principalmente os refinados e de alto indice glicemico). Pode-se citar entre outras manifestações clínicas:
– aumento de fome, compulsão e ansiedade;
– diabetes, hipertensao arterial;
– alguns tipos de câncer;
– envelhecimento precoce;
– perda de energia, disposição e ânimo;
– queda de serotonina e de suas consequencias como insônia noturna e sonolência diurna;
– queda de autoestima e depressão
– gases e refluxo;
– baixa de testosterona e libido
Na grande maioria das vezes dietas baseiam-se simplistamente em cálculos matemáticos onde se deve gastar mais energia do que se come. Apresentam-se normalmente como “macetes” para gerar ao longo dos dias uma rotina calórica deficitária e que, invariavelmente, tera como consequência uma perda de peso que claramente não reflete a perda real de gorduras.
Perder peso e emagrecer podem ser coisas bem diferentes!
Uma dieta hipocalorica além de não trabalhar no sentido de resolver a raiz do problema (hiperinsulinismo) ,criará mais dificuldades na medida em que quando se estabelece uma crise energética baseada em aumentar os gastos (mais atividade física) e reduzir a ingesta calorica (restriçoes caloricas alimentares) pode-se estar informando ao organismo que existe uma ameaça à sua sobrevivência, levando-o a acionar um sistema de alerta destinado a reduzir o gasto metabólico basal. Ao final desse processo teremos um paciente com metabolismo cada vez mais lerdo e dependendo a cada dia de comer cada vez menos para nao voltar a engordar.
Aí está a gênese do “efeito sanfona”.
Portanto dietas atuam nas consequências do problema e não em suas causas e tambem por isso pode-se afirmar que quase sempre falham alem de serem insustentáveis como rotina.
Quando propomos uma solução real, um tratamento metabólico com base dietoterápica e que ataque a questão em sua raiz, no caso o hiperinsulinismo decorrente dos consumo frequente e excessivo de carbohidratos na dieta humana moderna, poderemos esperar resultados mais amplos na prevenção ou cura das questões levantadas anteriormente, proporcionando uma vida mais saudável, livre de doenças, onde se envelheça naturalmente e não no ritmo acelerado que hoje verificamos.
Deve-se salientar que o desafio é enorme, porém quando sabemos quem são nossos inimigos e onde queremos chegar, a luta fica mais justa e possível de ser vencida por quem estiver disposto de verdade a lutar.
Na sua próxima (e última) procura por uma solução, optará por uma dieta ou por um tratamento?
Dr. Cristiano Merheb
Médico nutrólogo
https://www.espacomerheb.com.br/